Kassab encaminha apoio do PSD à coligação de Leite no RS

Presidente da sigla também negou aproximação com o PT em nível nacional

Foto: Mauro Schaefer/CP

Em visita a Porto Alegre, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, encaminhou, nesta terça-feira, uma manifestação de apoio do partido ao projeto coordenado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) na sucessão do Palácio Piratini. A manifestação ocorreu após um café da manhã com o governador, no Palácio Piratini. Kassab cumpriu agenda que se encerrou com um ato no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa.

O político ressaltou que, apesar de Leite ter decidido não concorrer à reeleição, o governador vai continuar no cargo e pode, inclusive, coordenar o processo de sucessão. Como o PSD integra a atual gestão, Kassab disse ser “natural que exista essa tendência de caminharmos juntos. Mas o partido vai ter autonomia”, observou.

Com uma secretaria na gestão de Leite – a de Esportes, comandada por Danrlei (PSD), o partido encaminha o apoio a uma coligação que represente a atual gestão estadual e foca energia em consolidar uma candidatura ao Senado. Para isso, pretende atrair um nome de fora. Segundo o prefeito de Canoas, Jairo Jorge, conversas já foram encaminhadas com a ex-senadora Ana Amélia Lemos, atualmente no PP e à frente da secretaria estadual de Relações Institucionais. Para o prefeito, Ana Amélia reúne as características procuradas em um nome que represente a sigla. Além disso, o foco do partido é ampliar a presença na Assembleia e na Câmara Federal. Hoje, o PSD conta com um deputado estadual e um federal.

Presidente nega aproximação com PT

Sobre o cenário nacional, o presidente nacional do PSD lamentou o fato de o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB no ano passado, não ter aceitado o projeto do partido de lançá-lo à disputa do Palácio dos Bandeirantes. No momento, Alckmin ainda não se filiou a nenhuma sigla e está envolvido em discussões sobre a possibilidade da formação de uma chapa com o PT na corrida ao Planalto.

Apesar dessas articulações e comentários nos bastidores de que o próprio Kassab vem trabalhando para ser o vice em uma chapa petista, o presidente nacional negou firmemente essa possibilidade. “Não. Essa possibilidade não existe, até porque teremos essa candidatura própria”, enfatizou, citando o lançamento do nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. “Pacheco é um quadro muito bem preparado. Uma carreira meteórica. Em sete anos ele se tornou deputado federal, senador. Hoje é chefe de poder”, ponderou Kassab.

Pacheco deixou o Dem no ano passado e filiou-se ao PSD exatamente para a disputa nacional. É com essa pré-candidatura que Kassab minimiza as críticas de que não há espaço para uma terceira via na corrida presidencial, assim como as atuais pesquisas de intenção de voto. “Nem a pré-campanha começou. Só começa em abril. É muito cedo. (…) Acredito na terceira via. Senão não precisava de eleição. Quantas eleições a gente teve no Brasil que o candidato chega com 3% e ganha a eleição?”, ponderou.

Na sequência, o prefeito Jairo Jorge que lembrou que o Rio Grande do Sul acumula exemplos de vitórias de terceira via na disputa ao Piratini, assim como de candidatos que saíram dos 3% e acabaram vencendo a eleição.

O partido trabalha ainda com diversas candidaturas estaduais, como, em Santa Catarina, com o ex-governador Raimundo Colombo, e no Paraná, com a reeleição do governador, Ratinho Júnior.