Queiroga critica governadores contrários à prescrição para vacinar crianças

'A maioria não é médico', disse o ministro, destacando que governadores precisam se manifestar pela consulta pública

Foto: Walterson Rosa / Ministério da Saúde / CP

Enquanto grande parte dos gestores estaduais anuncia que não vai cobrar a prescrição médica para disponibilizar a vacinação contra a Covid-19 em crianças, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mantém o posicionamento de exigir o documento, além da autorização dos pais, no ato da aplicação. Nesta quarta-feira (29), o cardiologista rebateu o movimento contrário à cobrança, afirmando que a maioria dos governadores e prefeitos “não é médico.”

“Por isso da consulta pública. Os estados têm que se manifestar. Aliás, governadores falam em prescrição, prefeitos falam em prescrição, e, pelo que eu saiba, a grande maioria deles não são médicos. Estão interferindo nas suas secretarias estaduais e municipais”, declarou Queiroga a jornalistas, em Brasília.

Na avaliação do ministro, o assunto está pacificado e a recomendação é favorável à inclusão de crianças de 5 a 11 anos no PNO (Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19). “A decisão do ministério está aí para que todos os brasileiros tomem conhecimento e a sociedade civil possa se manifestar. A consulta pública é um instrumento da democracia e amplia a decisão sobre o tema trazendo tranquilidade aos pais para que possam levar seus filhos à sala de vacinação.”

previsão da pasta é que a vacinação comece em meados de janeiro, após o término da consulta pública e formalização da decisão junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), prorrogada até 5 de janeiro.

O novo lote de doses da Pfizer, vacina que recebeu aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), só deve ser entregue em 10 de janeiro, possibilitando o montante necessário para ampliar a faixa etária da campanha.

Bahia e gripe

Durante a conversa com os jornalistas, o ministro buscou chamar atenção para outros temas que não a vacinação contra a Covid em crianças. “Nosso olhar se volta para outros problemas, como a epidemia da gripe. São várias as agendas que a saúde pública tem que cuidar”, disse.

Queiroga ainda afirmou que a “questão e atenção principal hoje é com a situação da Bahia”. “Queremos levar uma palavra de solidariedade ao povo da região do sul da Bahia”. Queiroga sobrevoou a região junto aos ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), João Roma (Cidadania), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Marcelo Sampaio, secretário-executivo da Infraestrutura.

“Vamos trabalhar hoje na perspectiva de termos mais recursos para a saúde pública da Bahia. Vamos fortalecer a atenção primária e especializada. O presidente Bolsonaro ligou hoje cedo pedindo que possamos dar toda atenção ao povo da Bahia”, disse o cardiologista, completando que médicos da Força Nacional foram enviados à região e que profissionais da atenção primária devem chegar na primeira semana de janeiro.

O Ministério da Saúde editou portaria no valor de R$ 12 milhões para a áreas afetadas pela enchente na Bahia e Minas Gerais. “São recursos da vigilância em saúde e já chegaram (nas mãos dos gestores).”