Depois de mais de 20 meses de pandemia do coronavírus e de um verão passado fraquíssimo para o litoral gaúcho, a previsão para esta temporada é otimista. É o que sustenta a presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, Ivone Ferraz. “A maioria do pessoal em nosso setor está otimista com a temporada que se inicia”, garantiu. Ainda assim, a dirigente salienta que a categoria “está muito temerosa com a nova variante do coronavírus” e vai se manter em alerta e respeitando as normas sanitárias recomendadas pelas autoridades.
De acordo com Ivone, a temporada de 2022 já largou bem. “Nossa data especial é o Réveillon, e nossos hotéis já tiveram 98% das capacidades lotadas para este dia. Já o Natal é um dia mais tímido, porém já garantimos até agora algo entre 60 e 70% de nossas capacidades. Ainda podendo aumentar este percentual”, explicou. Ela garantiu, ainda, que os hotéis seguem cobrando os protocolos de prevenção. “Exigimos uso de máscara, luvas e álcool gel nas dependências hoteleiras”, explicou.
A maioria dos turistas que reserva hospedagem no litoral na temporada de verão vem da Serra gaúcha, do Paraná, de Santa Catarina e da Grande Porto Alegre, enumerou Ivone. Ela conta não ter sido feito um trabalho de divulgação para que as pessoas busquem a rede hoteleira gaúcha. “Não precisamos chamar a atenção, pois está tudo disponível na internet. Só lamentamos que os governos não nos deem uma força, fazendo campanhas para atrair turistas…. Nada é feito”, reclamou.
A presidente disse, ainda, que 2022 vai ser um ano de ressurgimento para o setor. “Infelizmente no turismo não existe recuperação financeira. A gente sim ressurge das cinzas, tendo de apresentar novos serviços e readequando valores”, explicou. E nesta temporada vai se repetir algo que já ocorreu no ano passado: a ausência dos turistas da Argentina. “Eles vêm diminuindo, a cada ano”, constatou. A procura agora por reserva para os hermanos é quase nula. “Temos uma ou outra”, revelou Ivone.
A pandemia acabou afastando os estrangeiros, e aqueles que vêm para o Brasil são os de maior condição financeira, que preferem Santa Catarina, Rio de Janeiro e o Nordeste. O turista de menor condição nem viaja, preferindo ficar em casa. “É uma grande perda para nós, já que 50% das receitas vêm dos turistas argentinos”, disse. “Mas apesar dos problemas, a gente acredita que esse vai ser o verão do renascimento”, finalizou.
*Com informações do repórter Chico Izidro