A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quinta-feira (16) a autorização de uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. De acordo com Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamento da Anvisa, o número de infectados com Covid-19 nessa faixa etária foi determinante para a aprovação.
“Quando verificamos números do Ministério da Saúde de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) em crianças menores de 11 anos os casos associados às Covid-19 é um fator de preocupação e isso pesa na avaliação risco-benefício feito pela agência”, diz.
E acrescenta: “os casos de Covid-19 têm sido representativo na população pediátrica, nós temos um perfil de segurança e reatogenecidade [capacidade de gerar efeitos adversos] positivo em relação à vacinação e temos resultados importantes de geração de anticorpos nessa população.”
As vacinas aplicadas nas crianças equivalem a um terço da dose aplicada nos adultos e o imunizante poderá ser armazenado por 10 semanas a temperatura de 2°C a 8°C. Já a aplicada em pessoas acima de 12 anos é permitido guardar por quatro semanas após o descongelamento.
Por ser um produto diferente, ainda não é possível dizer quando que a vacinação vai ser iniciada à essa faixa etária, já que o Ministério da Saúde ainda não tem disponível os imunizantes liberados pela Anvisa.
De acordo com resultados dos estudos apresentados pela farmacêutica, a vacina apresentou 90,7% de eficácia contra o coronavírus em um ensaio clínico feito com mais de 2.250 pessoas dessa faixa etária.
Ainda não foram apresentados pelo laboratório dados como a duração da proteção, a necessidade da dose de reforço e a efetividade contra a Ômicron ou novas variantes que ainda apareçam. Segundo a Anvisa, contra a Delta, que predomina no Brasil, a vacina é eficaz.
Os Estados Unidos, Israel e Canadá começaram a vacinação dos pequenos no começo de novembro e países da Europa iniciaram nesta semana, usando a Pfizer. Argentina, Emirados Árabes e El Salvador usam a Sinopharm, Moderna ou Pfizer nessa faixa etária. Cuba e Venezuela usam a Soberana, vacina cubana.
Já China, Chile, Equador, Camboja, Indonésia e o território de Hong Kong também aplicam a proteção em crianças, mas com a CoronaVac.
Na última quarta-feira, o Instituto Butantan apresentou um novo pedido de liberação da vacina produzida por eles à Anvisa. A requisição é de uso em crianças de 3 a 17 anos e é a segunda vez que é feita. Na primeira, a agência brasileira pediu mais informações sobre os estudos clínicos feitos na China.
Confira o cronograma de liberação da vacina:
12 novembro – Anvisa recebe pedido de liberação da Pfizer
23 de novembro – Exigência de dados pela Anvisa
6 de dezembro – Cumprimento da exigência pelo laboratório
10 de dezembro – Reunião com sociedades médicas
16 de dezembro – Conclusão da análise