No ano de 2021 a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), juntamente com as demais entidades representativas do produtor, buscou trabalhar pela previsibilidade do preço do leite no Estado. Com isso, a mensagem foi a de fazer o meio urbano entender as dificuldades e o trabalho de quem produz leite para que, em cima desta base, o produtor possa finalmente vender o seu produto, pois, de acordo com o presidente da entidade, Marcos Tang, hoje quem produz entrega a sua produção, quando na verdade quer é vender a um preço justo.
O dirigente lembra que muitos produtores deixaram a atividade nos últimos anos, mas os que ficaram não pararam, se modernizaram, adaptaram a sua produção às exigências do mercado. “Fazemos o tema de casa. Cumprimos todos os quesitos com os quais estamos a favor, pois somos os primeiros consumidores desse leite que é altamente fiscalizado. Temos um produto de excelente qualidade. E somos corrigidos todos os dias, pois uma amostra de leite analisada que não esteja em conformidade, nós pagamos por isso”, salienta.
Por isso, segundo o presidente da Gadolando, é fundamental uma mínima garantia do que será pago pelo produto em médio e longo prazo para poder investir. “A terneira que nasce hoje só vai trazer algum retorno para a propriedade, se for criada com muito bom trato, daqui há 24 meses. E a primeira lactação dela é para pagar a primeira criação. O nosso negócio é de médio a longo prazo e nós não sabemos o quanto vamos receber pelo litro do leite entregue no mês seguinte”, destaca.
Tang cobra das indústrias que façam também a sua parte e busquem alternativas para a produção. “E a outra ponta fez seu tema de casa? Produziu novas linhas, buscou novos mercados? Às vezes nos é dito que não se pode aumentar ou até tem que baixar o preço porque tem muito leite no mercado, mas de que mercado estamos falando? Só estamos vendendo ao nosso redor? Uma vez que o produtor teve que fazer tudo pela qualidade e sanidade, é hora da nossa indústria abrir leques senão ficaremos uns matando aos outros. Não queremos quebrar indústrias, pois elas precisam da gente e nós delas, mas precisamos lutar pelo nosso lado e deixar bem claro qual a nossa atividade e as dificuldades que enfrentamos”, observa, acrescentando que existem movimentos para aberturas comerciais, mas ainda são tímidos.
No quesito técnico, a Gadolando reforçou sua presença junto aos produtores pelo interior intensificando as visitas para o registro genealógico, controle leiteiro e classificação linear. Tang também frisou a presença de novos associados e os antigos que realizaram mais atividades junto à entidade. “Tivemos um número expressivo de novos sócios, mas precisamos também saudar os sócios antigos que continuaram fazendo os seus registros, assim como realizaram este ano mais controles leiteiros oficiais e o registro seletivo, que é a classificação linear e genealógica do animal. Além de ter o registro ele terá uma nota, e isso é importante para o futuro, pois se você conhece bem o animal e com a ajuda do técnico, pode ser visto o que é o ideal para acasalamento e buscar melhorar os indivíduos para a geração futura. Mesmo com esse cenário, estamos fazendo muitos trabalhos técnicos e este é o intuito da existência da Gadolando”, explica.
Para 2022, o presidente da Gadolando afirma que a proposta é aumentar esta presença técnica nas propriedades criadoras da raça Holandesa no Rio Grande do Sul, além de incentivar a participação em feiras e exposições com o intuito de gerar troca de experiências e informações entre os criadores.