Corsan assina aditivos e protocolos aos contratos com 10 cidades

Adesão deve ser feita até 16 de dezembro

Corsan assinou hoje os primeiros aditivos com municípios atendidos pela companhia | Foto: Mauren Xavier / Especial / Correio do Povo

A Corsan assinou, no início da tarde desta terça-feira, os primeiros aditivos ao Contrato de Programa com os municípios atendidos pela companhia. Ao todo, assinaram o documento as seguintes cidades: Balneário Pinhal, Bento Gonçalves, Esteio, Gravataí, Imbé, Lagoa Vermelha, Nova Petrópolis, Santa Maria, Tramandaí e Viamão.

Inicialmente, eram 11, porém, a prefeitura de São Francisco de Paula optou por não assinar o documento pouco antes. Das dez cidades, cinco assinaram o aditivo ao contrato de programa (Bento Gonçalves, Balneário Pinhal, Imbé, Viamão e Tramandaí). Outros cinco, o protocolo de intenções (Esteio, Gravataí, Nova Petrópolis, Santa Maria e Lagoa Vermelha). Além desses, dois não puderam mandar representantes ao evento (Rio Grande e Torres), mas confirmaram aderência ao projeto.

Durante o ato, o presidente da Corsan, Roberto Barbuti, anunciou que as tarifas do serviço serão mantidas sem reajuste real até 2027 aos municípios que aderirem até o dia 16 de dezembro. Assim, na prática, as tarifas terão apenas a correção do IPCA nesse período.

Barbuti assegurou ainda que após, pelas projeções estimadas, a revisão da tarifa vai ser moderada, evitando uma alta muito rápida.

“É um dia importante para o saneamento do Rio Grande do Sul. Queria trazer um tema de reflexão que é a importância das escolhas”, afirmou o presidente da Corsan.
No entanto, ainda resta uma dúvida, que pode variar por município, referente a se o termo deve ou não ser aprovado pelas respectivas Câmaras Municipais para ter vigência. No entendimento da Corsan, o processo de passar pelos legislativos municipais não é necessário.
Após as assinaturas do termo por parte de algumas cidades, o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, ex-secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, ressaltou o ‘voto de confiança dos prefeitos’ na Corsan. Já o governador Eduardo Leite ressaltou a importância dos investimentos na área de Saneamento, destacando que a empresa não consegue dar vazão aos investimentos necessários se mantida apenas como pública.
Para o prefeito de Viamão, Valdir Bonatto (PSDB), um dos que assinaram o aditivo, o momento vem provocando angústia. Ele afirmou que não teve dúvida de assinar o aditivo, mas reforçou a importância de deixar os município como agentes.

Outro benefício oferecido pela Corsan é que as cidades que aderirem até 16 e dezembro poderão ter acesso às ações da companhia, que vai para a Bolsa de Valores em fevereiro do próximo ano.

Segundo o Marco Legal do Saneamento, aprovado no Congresso, todas as cidades terão que apresentar o plano de investimentos até 2033 (quando deve ser universalizado o serviço de água e esgoto).

Regionalização do saneamento

Até a próxima sexta, o governo estadual deve enviar uma nova proposta tratando da regionalização do saneamento básico no Rio Grande do Sul. A principal mudança realizada pelo Piratini é a de que um único texto vai prever a formação de apenas duas Unidades Regionais de Saneamento Básico (a proposta original previa a criação de quatro unidades).

Uma delas vai englobar os municípios vinculados à Corsan (que está em processo de privatização) e a outra, os demais. No grupo de cidades sem vínculo com a companhia, vai ser possível ainda a criação de sub-blocos, dando mais autonomia aos municípios que contem autarquias – como o Dmae, em Porto Alegre.

O projeto de regionalização vai ser enviado em regime de urgência. Assim, deve entrar em votação até o fim deste ano.

A proposta resultou de encontros do Grupo de Trabalho sobre Regionalização do Saneamento Básico no RS, na Assembleia Legislativa, que encerrou nessa segunda-feira as atividades.