Às vésperas da primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 33 funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pela realização do exame, pediram demissão, nesta segunda-feira. Segundo a Associação dos Servidores do Inep (Assinpe), mais demissões ainda podem ocorrer.
Os servidores enviaram uma carta de demissão justificando que as decisões do Inep sobre o Enem não são tomadas utilizando critérios técnicos, mas destacando que o pedido de demissão em massa “não se trata de uma posição ideológica ou de cunho sindical”. O grupo alega “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep”.
Segundo texto publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, “o atual presidente Danilo Dupas — o quarto em três anos — é acusado pelos funcionários de desmonte do órgão mais importante do Ministério da Educação (MEC), assédio e desconsideração de aspectos técnicos na tomada de decisões.”
Na sexta-feira passada, dois coordenadores, de áreas estratégicas para a realização do exame — montagem da prova e logística — também deixaram o Inep. Na quinta-feira, a Associação dos Servidores do Inep (Assinep) realizou uma Assembleia e manifestações denunciando Dupas por assédio moral. Na manifestação, os servidores alertaram que o instituto corre risco.
Em um documento de cinco páginas, os servidores dizem que “O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e os Censos da Educação Básica e da Educação Superior estão em risco, em razão das decisões estratégicas que estão sendo adotadas no âmbito da Presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).”
No manifesto, os funcionários também dizem que, “para além de problemas estruturais que foram negligenciados ao longo da atual gestão do Inep, os servidores denunciam o assédio moral, o desmonte nas diretorias, a sobrecarga de trabalho e de funções e a desconsideração dos aspectos técnicos para a tomada de decisão.”
Há denúncia de “níveis excessivos de ingerência, que impossibilitam o devido cumprimento das tarefas, resultaram em diversos pedidos de exoneração de cargos e funções comissionadas, assim como em ociosidade de cargos por desinteresse de servidores em compor a alta gestão, rejeitando inclusive cargos comissionados de nível intermediário.”
O R7 entrou em contato com o Inep, mas até o momento não teve resposta.
Até o momento, pediram demissão:
1- Natalia Fernandes Camargo
2- Gizane Pereira da Silva
3- Marcela Guimarães Côrtes
4- Vanderlei dos Reis Silva
5 – Nathalia Bueno Póvoa
6 – Hélida Maria Alves Campos Feitosa
7 – Samuel Silva Souza
8 – Camilla Leite Carnevale Freire
9 – Douglas Estevão Morais de Souza
10 – Patricia da Silva Onório Pereira
11 – Denys Cristiano de Oliveira Machado
12 – Alani Coelho de Souza Miguel
13 – Leonardo Ferreira da Silva
14 – Elysio Soares Santos Junior
15 – Francisco Edilson de Carvalho Silva
16 – Silvana Maria Lacerda Gonçalves
17 – Andréia Santos Gonçalves
18 – Victor Rezende Teles
19 – Helciclever Barros da Silva Sales
20 – Helio Pereira Feitosa
21 – Saulo Teixeira dos Santos
22 – Edivan Moreira Aredes
23 – Rita Laís Carvalho Sena Santos
24 – Danusa Fernandes Rufino Gomes
25 – Claudia Maria Ribeiro Gonçalves Barbosa Marques
26 – Rosária Duarte Melo
27 – Karla Christina Ferreira Costa
28 – Adelino Nunes de Lima
29 – Clediston Rodrigues Freire