Mais de 30 funcionários do Inep pedem demissão dias antes do Enem

Duas semanas antes das provas, servidores do Inep dizem que, além de decisões tomadas sem critérios técnicos, ocorre assédio moral

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Às vésperas da primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 33 funcionários do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão responsável pela realização do exame, pediram demissão, nesta segunda-feira. Segundo a Associação dos Servidores do Inep (Assinpe), mais demissões ainda podem ocorrer.

Os servidores enviaram uma carta de demissão justificando que as decisões do Inep sobre o Enem não são tomadas utilizando critérios técnicos, mas destacando que o pedido de demissão em massa “não se trata de uma posição ideológica ou de cunho sindical”. O grupo alega “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep”.

Segundo texto publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, “o atual presidente Danilo Dupas — o quarto em três anos — é acusado pelos funcionários de desmonte do órgão mais importante do Ministério da Educação (MEC), assédio e desconsideração de aspectos técnicos na tomada de decisões.”

Na sexta-feira passada, dois coordenadores, de áreas estratégicas para a realização do exame — montagem da prova e logística — também deixaram o Inep. Na quinta-feira, a Associação dos Servidores do Inep (Assinep) realizou uma Assembleia e manifestações denunciando Dupas por assédio moral. Na manifestação, os servidores alertaram que o instituto corre risco.

Em um documento de cinco páginas, os servidores dizem que “O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e os Censos da Educação Básica e da Educação Superior estão em risco, em razão das decisões estratégicas que estão sendo adotadas no âmbito da Presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).”

No manifesto, os funcionários também dizem que, “para além de problemas estruturais que foram negligenciados ao longo da atual gestão do Inep, os servidores denunciam o assédio moral, o desmonte nas diretorias, a sobrecarga de trabalho e de funções e a desconsideração dos aspectos técnicos para a tomada de decisão.”

Há denúncia de “níveis excessivos de ingerência, que impossibilitam o devido cumprimento das tarefas, resultaram em diversos pedidos de exoneração de cargos e funções comissionadas, assim como em ociosidade de cargos por desinteresse de servidores em compor a alta gestão, rejeitando inclusive cargos comissionados de nível intermediário.”

O R7 entrou em contato com o Inep, mas até o momento não teve resposta.

Até o momento, pediram demissão:

1- Natalia Fernandes Camargo

2- Gizane Pereira da Silva

3- Marcela Guimarães Côrtes

4- Vanderlei dos Reis Silva

5 – Nathalia Bueno Póvoa

6 – Hélida Maria Alves Campos Feitosa

7 – Samuel Silva Souza

8 – Camilla Leite Carnevale Freire

9 – Douglas Estevão Morais de Souza

10 – Patricia da Silva Onório Pereira

11 – Denys Cristiano de Oliveira Machado

12 – Alani Coelho de Souza Miguel

13 – Leonardo Ferreira da Silva

14 – Elysio Soares Santos Junior

15 – Francisco Edilson de Carvalho Silva

16 – Silvana Maria Lacerda Gonçalves

17 – Andréia Santos Gonçalves

18 – Victor Rezende Teles

19 – Helciclever Barros da Silva Sales

20 – Helio Pereira Feitosa

21 – Saulo Teixeira dos Santos

22 – Edivan Moreira Aredes

23 – Rita Laís Carvalho Sena Santos

24 – Danusa Fernandes Rufino Gomes

25 – Claudia Maria Ribeiro Gonçalves Barbosa Marques

26 – Rosária Duarte Melo

27 – Karla Christina Ferreira Costa

28 – Adelino Nunes de Lima

29 – Clediston Rodrigues Freire