A empresa Ecsam Serviços Ambientais assumiu, neste sábado (9), os serviços de coleta de lixo domiciliar em Cachoeirinha, na Região Metropolitana. O recolhimento não acontecia há nove dias, desde que a antiga terceirizada teve o contrato suspenso pelo Ministério Público. O órgão investiga um esquema de desvios no setor.
Segundo a prefeitura do município – que é comandada interinamente por Maurício Medeiros (MDB), desde o afastamento de Miki Breier (PSB) – quatro caminhões percorrem as ruas de Cachoeirinha hoje. Todos os veículos são manuais, e não há previsão de quando a coleta mecanizada será retomada.
A Ecsam havia sido a segunda colocada na licitação que motivou a abertura do inquérito no MP. A empresa está com um contrato provisório, já que o pregão para a escolha de uma substituta definitiva só deve acontecer em meados de dezembro. O lixo recolhido nas ruas da cidade será levado até um aterro, localizado em São Leopoldo.
Relembre a investigação
O prefeito Miki Breier foi afastado do cargo por 180 dias em razão de favorecimentos em licitações de concorrência pública. Os desvios teriam começado em 2017 e garantiram lucros milionários aos envolvidos. O esquema teria tido início, justamente, com a licitação para a coleta do lixo, sendo ampliado em certames posteriores.
Além de ilegalmente direcionado, o contrato teria sido superfaturado e sobreprecificado. Até o momento, a investigação aponta indícios de que tenham sido cometidos os crimes de corrupção ativa e passiva, responsabilidade, desvio de verba pública, dispensa indevida de licitação, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.