Bolsonaro indica depor presencialmente à PF e STF suspende julgamento

Inquérito sobre suposta interferência do chefe do Executivo na corporação de segurança ficou quase um ano parado na Corte

Foto: Alan Santos / PR / Divulgação

O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento sobre como o presidente da República, Jair Bolsonaro, deve depor – se presencialmente ou por escrito – à Polícia Federal, no inquérito que trata da suposta interferência dele na corporação. A sessão teve início por volta das 14h20min desta quarta-feira.

A decisão partiu do responsável pelo inquérito, ministro Alexandre de Moraes, após ele receber uma petição do Advogado-Geral da União, Bruno Bianco, indicando a intenção do presidente Jair Bolsonaro em prestar esclarecimento às autoridades de forma presencial.

“Manifesta diante desta Suprema Corte o seu interesse em prestar em relação aos fatos objeto deste inquérito mediante comparecimento pessoal”, cita o documento lido por Moraes durante a sessão desta tarde, como justificativa para a interrupção do julgamento.

Moraes deve, agora, analisar o prejuízo do recurso apresentado pelo presidente para avaliar se o caso ainda pode ser julgado, uma vez que Bolsonaro indicou que vai cumprir a decisão judicial acerca do depoimento à PF.

Investigações

A investigação teve início após acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro. Uma das provas contra Bolsonaro é um vídeo de uma reunião ministerial ocorrida no Palácio do Planalto em 22 de abril de 2020.

No encontro, o chefe do Executivo disse que era preciso “intervir” na superintendência da corporação no Rio de Janeiro. Bolsonaro alega que se referia à segurança pessoal de familiares dele, não às ações da PF em si.

O tema entrou na pauta novamente quando o ministro Alexandre de Moraes, que assumiu o inquérito após a aposentadoria de Celso de Mello, há quase um ano, pediu urgência na análise pelo colegiado.