À espera de empresas, Inter vê otimismo por reforma do Gigantinho diminuir

Consórcio formado por Opus e DC7 apresentou a melhor proposta ao clube

À espera de empresas, Inter vê otimismo por reforma do Gigantinho diminuir. Foto: Ricardo Giusti/CP

As negociações para a efetivação de uma parceria que possibilitará a reforma do Beira-Rio continuam, mas em velocidade muito menor do que os dirigentes colorados desejavam. O otimismo por um final feliz segue vivo, mas já foi muito maior. Embora o assunto não seja debatido publicamente, até para não embaraçar ainda mais as conversas, o Inter enfatizará a necessidade de ter nos próximos dias um posicionamento oficial por parte das duas empresas que venceram a concorrência.

Oficialmente, um consórcio formado por Opus e DC7 apresentou a melhor proposta ao clube para a reforma do ginásio, construído em 1973 e hoje em estado de quase abandono. Em setembro do ano passado, o clube e as duas empresas assinaram um “Memorando de Entendimentos”, que alinhava a parceria, estipulando contrapartidas, prazos e responsabilidades de parte a parte. O problema é que a atual diretoria considerou alguns aspectos do acordo prejudiciais ao clube e voltaram à mesa de negociações.

“Continuamos negociando. Há algumas arestas, já discutidas pelas duas partes, que precisam ser aparadas. Acreditamos que haverá uma evolução em breve, mas dependemos agora de uma posição das empresas”, explica o vice-presidente de negócios estratégicos do Inter, Paulo Corazza. Ainda nesta semana, haverá uma reunião entre os representantes dos dois lados, quando se espera que as tais arestas sejam aparadas. Há alguns pontos do Memorando de Entendimentos que ainda são discutidos. Em resumo, o projeto é uma parceria pela qual o Inter cede o ginásio para as duas empresas por um prazo de 40 anos. Elas bancam os cerca de R$ 30 milhões necessários para a reforma e, em troca, podem explorar o local para shows, convenções e outros eventos.

A exploração de bares e do estacionamento também seria cedida às empresas, que bancariam os cerca de R$ 30 milhões necessários para transformar o Gigantinho em uma arena multiuso moderna e confortável. O problema é o tempo da parceria – 20 anos, com uma prorrogação de mais 20 – e os valores que deveriam ser pagos ao Inter pelas empresas, que foram considerados muito baixos. De acordo com o Memorando de Entendimentos, o Inter receberia pouco dinheiro em troca da cedência por 40 anos do Gigantinho. E quase nada à vista. Segundo o acordo, os R$ 7,5 milhões aos quais o clube teria direito a título de “luvas” seriam pagos no 16º ano (R$ 1,5 milhão) e no 23º ano do contrato (R$ 6 milhões).

Além disso, o clube receberia R$ 600 mil anuais para ceder o equipamento – ginásio e estacionamento – às empresas. Se as duas companhias aceitaram a mudanças nesses pontos e concluírem a negociação, os dirigentes levam o assunto para o Conselho Deliberativo. Uma reunião será marcada exclusivamente para o tema.

Torres

Outro tema da área patrimonial que se movimentou nos últimos dias envolve a construção de duas torres no terreno ao lado do Beira-Rio. O projeto que desmembra a área, considerado vital para a edificação dos prédios, segue em tramitação na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Na última quinta, houve mais uma audiência pública sobre o tema, com a participação de dezenas de pessoas. Neste momento, representantes da prefeitura e do clube debatem as contrapartidas que seriam necessárias para a implantação do projeto. Assim que essa etapa for finalizada, o tema segue para votação pelos vereadores.