Governo deve apresentar projeto amplo de desoneração da folha de pagamento

Relator do projeto que estende desoneração de 17 setores até 2026 teve reunião com equipe econômica sobre solução definitiva; votação na CCJ da Câmara ocorre na semana que vem

Guedes foi convocado pelas comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Trabalho, Administração e Serviço Público | Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ministério da Economia deve apresentar, nos próximos dias, um projeto amplo de desoneração da folha de pagamento para todos os setores da economia. Esse é um desejo antigo do ministro Paulo Guedes, que chegou a propor um imposto digital, nos moldes da extinta CPMF, para bancar a perda de arrecadação com a desoneração ampla. Enquanto o novo projeto não é apresentado, tramita no Congresso a proposta que vai estender a atual desoneração da folha para 17 setores até o fim de 2026.

A informação sobre os estudos da desoneração ampla é do deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), relator da extensão para os 17 setores e que teve uma reunião com a equipe econômica nesta quarta-feira. “Cada vez tenho mais convicção que é vontade do governo resolver o problema de forma definitiva. A medida deve ser estrutural e está sendo estudada, sem aumento de carga tributária”, afirmou.

Um novo imposto para bancar a desoneração ampla, mesmo com um microimposto com alíquota de 0,01% sobre transações digitais, enfrenta grandes resistências na sociedade e entre os parlamentares, mesmo que seja para bancar a redução estrita sobre a contratação de mão de obra, a fim de gerar emprego.

Enquanto uma solução definitiva e possível de ser aprovada não é apresentada, caminha no Congresso o projeto de extensão para os 17 setores. O relator trabalha para que a aprovação ocorra antes do fim do prazo atual do benefício, em 31 de dezembro. A votação do projeto é terminativa na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ou seja, não precisa se levada a discussão geral em plenário, e deve ocorrer na próxima semana.

Se aprovado, o projeto segue para o Senado. Mesmo aprovado pelo Congresso, o projeto pode ser vetado pelo presidente Jair Bolsonaro, e já há articulação para a derrubada desse veto, caso ele ocorra, como já ocorreu no fim de 2020.