Diplomatas de todo o mundo terão que apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19 para que a entrada à 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) seja liberada. Presença confirmada no evento, o presidente da República, Jair Bolsonaro, pode ter a participação restringida, já que não se vacinou contra a doença.
A exigência vale para todos os membros de comitivas estrangeiras que se deslocarão a Nova York participar da assembleia presencialmente. No entanto, não há especificação se a medida vale também para chefes de Estado e, por isso, resta a dúvida se Bolsonaro pode ter o acesso barrado.
O R7 questionou o Itamaraty e a Secretaria de Comunicação do Planalto sobre o comprometimento na participação do presidente da República, mas não obteve resposta até a última atualização da reportagem.
A Prefeitura de Nova York exige a comprovação da imunização para acesso a ambientes fechados, incluindo, portanto, a Assembleia-Geral da ONU, principal órgão deliberativo e político da Organização das Nações Unidas. A imprensa noticiou que o recém-nomeado presidente da Assembleia-Geral, Abdulla Shahid, encaminhou aos delegados um comunicado sobre as regras.
“A prova de vacinação é exigida para certas atividades em ambientes internos, incluindo a sede das Nações Unidas”, descreve Shahid. Ele também disse apoiar “fortemente essa medida como um importante passo no nosso retorno a uma Assembleia-Geral totalmente funcional.”
Ainda que as regras não sejam estendidas ao presidente da República, a circulação de Bolsonaro fica limitada perante às exigências da Prefeitura de Nova York. É o chefe de Estado brasileiro quem normalmente discursa na abertura para os debates entre os líderes das nações, o que está programado para ocorrer na próxima terça-feira.
Não há mais tempo hábil para que, no caso de Bolsonaro tomar a vacina, a ação do imunizante esteja consolidada. O mandatário vem indicando publicamente que ainda não se vacinou, mesmo fazendo parte do grupo de risco, por ser idoso. A apoiadores, na porta do Palácio do Planalto, na segunda-feira, Bolsonaro, de 66 anos, reiterou não estar imunizado contra a Covid-19.
“Eu não tomei vacina […]. Eu acho que peguei de novo e nem fiquei sabendo”, disse Bolsonaro, afirmando que o exame de IgG, que mede a imunidade. “Tô com 991 [indicadores altos]“, contou. A ideia do presidente é não tomar o imunizante até que toda a população brasileira esteja vacinada.
Mesmo diante da negativa, Bolsonaro também é sondado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, para integrar uma cúpula que deve debater ações para acelerar distribuição de vacinas contra a Covid-19 pelo mundo e outras ações para conter a pandemia. A ideia é aproveitar a presença dos chefes de Estado no país para a Assembleia-Geral da ONU e, paralelamente, discutir com líderes de grandes potências ações contra a pandemia.