Após crescer 1,2% no primeiro trimestre e se recuperar das perdas causadas pela pandemia do novo coronavírus, a economia brasileira recuou 0,1% entre abril e junho, na comparação com os três meses anteriores.
O resultado interrompe a série de três variações trimestral positiva seguida do PIB (Produto Interno Bruto) — soma dos bens e serviços produzidos no Brasil — brasileiro, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar da variação negativa, o desempenho da economia se manteve acima do patamar pré-pandemia.
As estatísticas apontam ainda para um crescimento de 12,4% do PIB na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a economia nacional desabou 9,7% com os reflexos da pandemia.
Em valores correntes, a soma das riquezas nacionais chegou a R$ 2,1 trilhões, o que representa um crescimento de 6,4% no primeiro semestre. Ainda assim, o PIB continua no patamar do fim de 2019 ao início de 2020 e ainda está 3,2% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014.
O resultado negativo do PIB no segundo trimestre foi pelas perdas da agropecuária (-2,8%) e da indústria (-0,2%) no período. Por outro lado, os serviços avançaram 0,7% entre os meses de abril e junho. Na percepção da coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o desempenho de um setor compensou o do outro foi determinante para manter o nível de produção estável.
“A agropecuária ficou negativa porque a safra do café entrou no cálculo. Isso teve um peso importante no segundo trimestre. A safra do café está na bienalidade negativa, que resulta numa retração expressiva da produção”, explica Rebeca.