Governadores querem reunião com Bolsonaro por ‘normalização institucional’

Apesar de críticas à postura de Bolsonaro, chefes de Executivos estaduais não chegaram a consenso sobre manifesto

Foto: Twitter/Reprodução

Sem consenso em torno da divulgação de uma nota contra as ameaças feitas por Jair Bolsonaro à democracia, governadores de 25 estados decidiram propor ao presidente e aos outros chefes de Poderes uma espécie de reunião de pacificação e de normalização institucional do País. No encontro do Fórum dos Governadores, realizado em Brasília – com a maioria dos presentes participando de forma virtual –, não faltaram críticas ao comportamento de Bolsonaro e houve unanimidade sobre a avaliação de que o clima de instabilidade política é prejudicial para todo o país.

A ideia de um manifesto formal contra o presidente, no entanto, dividiu opiniões, especialmente pelo risco de ampliar ainda mais o clima de instabilidade, sem resolver a situação. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo.

Para sair do impasse e não deixar de mandar uma clara mensagem de insatisfação ao presidente, a ideia de marcar uma agenda com Bolsonaro e com os outros representantes de Poderes partiu do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). A sugestão é tratada como uma espécie de tentativa final de restabelecer alguma normalidade no País e que pode servir para que Bolsonaro tenha uma espécie de “saída honrosa” para recuar dos ataques que vêm fazendo contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e das ameaças às eleições de 2022.

“Acho que temos de estabelecer que este é um país que tem eleitores do PT, do PSB, do MDB. Mas todos nós trabalhamos com uma única coisa: o bem-estar comum. O bem-estar da população e em especial da mais carente. Então, quando queremos levar essa conversa para o presidente é porque aqui não tem ninguém nem contra, nem a favor dele. Somos a favor de um país que merece, sim, um tratamento melhor das suas instituições para que a gente entre numa normalidade”, disse o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

“Nós vamos nos colocar à disposição de um diálogo. Agora, o diálogo também depende da outra parte. Não se faz um diálogo se não tiver um outro interlocutor. A gente espera que o presidente, até pelo nível da situação a que o Brasil chegou nesse momento, das disputas institucionais, tenha essa atenção com os governadores”, acrescentou Ibaneis, que mantém relação positiva com Bolsonaro.