Mais de 30 pessoas já prestaram depoimento à Polícia Civil sobre incêndio no prédio da SSP

Caso completou um mês no último dia 14; não há prazo para que o inquérito seja concluído

Foto: Alina Souza / CP

A Polícia Civil já ouviu de 30 a 35 testemunhas sobre o incêndio que destruiu o prédio-sede da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP), na noite de 14 de julho. O incidente provocou a morte do 1º tenente Deroci de Almeida da Costa, de 46 anos, e o 2º sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós, de 51.

Conforme o delegado Daniel Ordahi, titular da 17ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre e responsável pelo caso, prestaram depoimento, até o momento, pessoas que cumpriam expediente no prédio no momento em que o fogo começou – incluindo seis servidores da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) -, além de integrantes do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), de funcionários da SSP e das três empresas terceirizadas que faziam a manutenção do prédio. Novos depoimentos devem ocorrer nesta semana.

Ainda segundo o delegado, os testemunhos coletados, até o momento, afastaram a possibilidade de ação criminosa contra a edificação, mas indicaram uma falha elétrica que acabou gerando um curto circuito em uma sala no quarto andar do prédio. Um dos servidores da Susepe relatou que viu a fiação pegando fogo.

O policial salienta que todos os servidores do órgão penitenciário eram treinados no combate à incêndios, tendo, inclusive, tentado apagar as chamas com extintores. Eles acionaram os bombeiros, que de acordo com Ordahi, chegaram ao local “muito rápido” – de quatro a sete minutos após receberem o chamado.

Nesse meio tempo, os servidores foram até a sala do Departamento de Comando e Controle Integrado (DCCI), que fica no segundo andar, para retirar os colegas do prédio.

Além das testemunhas, a Polícia Civil coletou dados e documentos, entre eles o Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) do prédio. O delegado aguarda, ainda, o envio do laudo técnico do Instituto-Geral de Perícias (IGP), o que considera fundamental para a conclusão do inquérito policial.

Sindicância

Em paralelo à apuração da Polícia Civil, a SSP instaurou uma sindicância para levantar danos, prejuízos, causas, e a possibilidade de uma eventual infração administrativa relacionada ao incêndio. A estimativa é de que o trabalho, iniciado no último dia 23 e com conclusão inicial prevista para a próxima segunda-feira, seja prorrogado por mais 30 dias, já que a Comissão de Sindicância aguarda a conclusão da perícia criminal.

Até o momento, 35 pessoas já foram ouvidas. Após os depoimentos, será realizada a análise dos depoimentos, com eventual convocação para nova rodada de testemunhos caso seja necessário esclarecer algum ponto.

Já a última etapa do processo envolve as análises de imagens do incêndio, do laudo pericial e, por fim, de documentações do prédio.

O órgão também informou a reportagem que está sendo realizado o intercâmbio de informações com os inquéritos que estão sendo conduzido pela Polícia Civil e pelo Corpo de Bombeiros, respectivamente.