Covid: Fiocruz alerta que SRAG pode voltar a crescer

Indicadores do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre, entre outras regiões do País, motivaram alerta de pesquisadores

Foto: Débora Barreto/Fiocruz

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram uma interrupção na tendência de queda dos casos e óbitos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), segundo o Boletim InfoGripe divulgado hoje. O estudo alerta que é possível uma retomada no crescimento de casos, frequentemente relacionados à Covid-19. Segundo o boletim, desde 2020 71% dos casos de SRAG foram causados por vírus respiratórios no país e, entre eles, o SARS-CoV-2 responde por 96,6%.

O estado do Rio de Janeiro é o único a apresentar uma forte probabilidade (95%) de crescimento de casos de SRAG quando analisadas as últimas seis semanas. Essa é a primeira vez em que essa tendência é detectada no estado, que concentra o maior número de casos confirmados da variante Delta no Brasil. Também é a primeira vez que se detecta essa tendência, em uma região do país, desde o fim de março.

Os estados de Mato Grosso do Sul e Acre também apresentaram tendência de crescimento nesse tipo de análise, porém com probabilidade de 75%. Na análise de curto prazo (últimas três semanas), Mato Grosso do Sul registrou forte probabilidade de crescimento. Também tendem a registrar mais casos de SRAG a Bahia, Sergipe, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

A análise de seis semanas é usada pelos pesquisadores para uma avaliação da tendência de casos de SRAG com menor peso de oscilações semanais. Já a de três semanas, apesar de conter mais oscilações, indica possíveis alterações no comportamento de longo prazo.

Quando se concentra nas capitais, a pesquisa mostra que há nove com tendência de queda no longo prazo. Florianópolis registrou sinal forte de crescimento na tendência de longo prazo e moderado na de curto prazo. Já Porto Alegre e Rio de Janeiro apresentaram sinal moderado de crescimento, tanto no curto quanto no longo prazo.

Há indicativos de estabilização nas tendências de longo e curto prazo em Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Plano Piloto de Brasília e arredores (DF), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Recife (PE) e Vitória (ES).