Ainda sem acordo com empresas, Sindicato de rodoviários metropolitanos ameaça com greve a qualquer momento

Prazo dado às transportadores de passageiros se encerra nesta sexta-feira

Foto: Alina Souza/CP

Os trabalhadores rodoviários da Região Metropolitana vão aguardar até esta sexta-feira a apresentação de uma nova proposta – pelas empresas patronais – referente à quitação de 1/3 de férias, uma das principais reivindicações da categoria, em estado de greve.

De acordo com o secretário de política do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários Intermunicipais, de Turismo e de Fretamento da Região Metropolitana (Sindimetropolitano), Alex Araújo, o envio de uma nova proposta ficou acertado durante a primeira reunião do Grupo de Trabalho Emergencial, na semana passada, entre empresas, governo e a entidade.

“No dia o governo pediu que suspendêssemos a greve a fim de esta semana encontrar uma solução para liquidar, pelo menos, os débitos referente às férias. Os trabalhadores deram um voto de confiança e estamos pendentes de uma proposta positiva. Caso isso não se confirme, a greve dos rodoviários metropolitanos pode ser deflagrada a qualquer momento”, disse Araújo, lembrando que a categoria ainda aguarda pela complementação do vale-alimentação.

“Precisamos que as empresas contratantes honrem com o que foi acertado, honrem seus compromissos junto ao trabalhador. O transporte público é um serviço essencial e um sistema que atende as pessoas que mais necessitam. Ele mexe e afeta a economia. Também é responsabilidade do governo subsidiar essa problemática. É preciso a criação de uma política pública para isso. Os governos têm que achar uma saída. Esse momento crucial deve ser encarado de forma diferente”, completou.

Os trabalhadores do transporte coletivo metropolitano que atendem Canoas, Gravataí, Alvorada, Cachoeirinha, Viamão, Nova Santa Rita e Glorinha pedem a complementação do vale alimentação e o pagamento do 1/3 de férias, além de reajuste salarial. O sindicato também questiona o número elevado de demissões, que passa de 1,6 mil postos de trabalho.

Em nota, Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM) e o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do RS (Setergs) reforçaram que vão apresentar, até amanhã, uma proposta com objetivo de quitar o 1/3 de férias pendente com os colaboradores.

As entidades também dizem estar buscando alternativas para chegar a uma solução equilibrada para que o serviço seja mantido, mesmo diante da grave crise, que se agravou com a pandemia.

Para esta sexta, está prevista mais uma reunião do Grupo Técnico do Governo do Estado, formado na semana passada com objetivo de debater alternativas que minimizem o problema do setor.

*Com informações dos repórteres Fernanda Bassôa e Everton Calbar