Governador de Nova York renuncia em meio a denúncias de assédio sexual

Andrew Cuomo corria risco de impeachment; contra ele, há pelo menos 11 acusações

Foto: Darren McGee/ Office of Governor Andrew M. Cuomo

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, renunciou ao cargo, nesta terça-feira, em razão de acusações de assédio sexual. A procuradora-geral do estado, Letitia James, divulgou na semana passada um relatório revelando 11 casos de assédio contra funcionárias e ex-funcionárias do político democrata.

“A melhor forma de ajudar agora é me afastar e deixar o governo lidar com o governo”, disse Cuomo em um discurso ao vivo.

Segundo informações publicadas pelo jornal The New York Times, Cuomo vai ser substituído pela vice-governadora, Kathy Hochul. O processo de transição de poder deve durar 14 dias, alçando uma mulher ao cargo pela primeira vez.

O relatório de 165 páginas também descobriu que Cuomo e assessores “retaliaram ilegalmente” pelo menos uma das mulheres por tornar as denúncias públicas e “promover um ambiente de trabalho tóxico”.

O relatório pressionou Cuomo a renunciar, levando a novos apelos, nesse sentido, do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, amigo de longa data do governador, e de outros líderes democratas que não haviam se manifestado até as conclusões do relatório se tornarem públicas, o que deixou Cuomo com poucos defensores.

Foi uma reviravolta na carreira política do governador, que há cerca de um ano era sendo saudado como um herói nacional pela liderança que exerceu em meio à pandemia de coronavírus.

Cuomo renuncia ao enfrentar o espectro da destituição forçada do cargo, por meio de um impeachment, e prestes a se tornar o segundo governador a ser afastado na história de Nova York.