Com 64 casos estimados de variante Delta, Comitê Científico pede reforço dos protocolos sanitários no RS

Dois surtos em hospitais de Porto Alegre também fizeram preocupação aumentar

Foto: Piro4d / Pixabay

Com 64 casos estimados da variante Delta até o fim de julho (11 deles já confirmados pelo sequenciamento genético completo, realizado na Fiocruz), o Comitê Científico de Apoio ao Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 recomendou, nesta segunda-feira, o reforço de protocolos sanitários, em todo o Rio Grande do Sul, e a importância da vacinação completa contra o vírus. A nota técnica considera que o número de possíveis casos de Delta, identificados por sequenciamento parcial, subiu de 34 (número da sexta-feira passada) para 53.

A preocupação quanto à circulação da cepa em cidades gaúchas também cresceu, nos últimos dias, após o registro de dois surtos de contaminação no Hospital Vila Nova e no Hospital Nossa Senhora da Conceição, ambos em Porto Alegre.

Nesta segunda-feira, o surto no Hospital Conceição já contabiliza 54 contaminados com Covid-19, entre funcionários e pacientes. Dois morreram e a suspeita é de que ao menos cinco desses casos sejam da variante indiana.

Mesmo com o avanço da imunização, a equipe técnica demonstra preocupação para “o novo desafio epidemiológico-sanitário vis-à-vis à preservação da atividade econômica e o desenvolvimento de nossos munícipios e regiões”.

Para conter a circulação da Delta, a equipe técnica do Comitê pede o reforço do uso de itens de proteção individual e adverte para a vacinação como medida mandatária para todos os profissionais e funcionários dos serviços de saúde. A recomendação se estende às fronteiras gaúchas e chama a atenção para o crescimento de casos novos da variante Lambda, inicialmente descrita no Peru e que vem ganhando espaço nos países vizinhos da América Latina.

Para o Comitê Científico, o retorno das atividades presenciais na educação também acende um sinal de alerta. Por conta disso, a nota recomenda o cuidado em ambientes de sala de aula “em um cenário de cobertura vacinal baixa e incompleta”. E ainda ressalta: “crianças são suscetíveis ao vírus e, com a presença de uma variante mais transmissível e que pode levar a um aumento substancial na carga viral como a Delta, devemos alertar aos educadores para o reforço dos cuidados quanto ao uso de máscaras, bem como o cumprimento do distanciamento entre as classes, além de manter os ambientes bem ventilados e arejados nos locais de sala de aula”.