Polícia ouve testemunhas para apurar queda de deck durante festa não-autorizada em Porto Alegre

Caso as as investigações apontem, envolvidos podem responder por homicídio, lesão corporal e descumprimento das regras sanitárias estabelecidas por decreto municipal

Foto: Jonathas Costa / Especial CP

A Polícia Civil deu início às investigações para apurar as responsabilidades pela queda do deck de um restaurante que recebia uma festa não autorizada, na Ilha das Flores, em Porto Alegre, na noite desse domingo. Ao menos oito pessoas ficaram feridas, sendo que uma morreu por conta de uma parada cardiorrespiratória. Ana Elisa Andrade Genaro Oliveira, de 26 anos, que nasceu em Minas Gerais, faleceu no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre. Ela não resistiu às complicações do tempo que ficou submersa no Jacuí e teve a morte decretada por volta das 2h da madrugada.

Nesta segunda-feira, a delegada Laura Lopes, da 4° Delegacia de Polícia, começou a ouvir as testemunhas. Segundo a policial, os depoimentos realizados ao longo do dia apontaram que no local havia mais de 100 pessoas, sendo que de 10 e 15 caíram na água.

Ainda de acordo com a delegada, os responsáveis podem responder por homicídio, lesão corporal e descumprimento das regras sanitárias estabelecidas por decreto municipal. O inquérito do caso deve ser concluído em até 30 dias.

Perícia

Nessa manhã, peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) foram até o restaurante para buscar identificar o que pode ter feito a estrutura ceder. Conforme laudo preliminar, a constatação é de que a deck se rompeu devido ao excesso de peso, causado pela aglomeração no local. Ainda de acordo com o IGP, havia pontos no entorno da estrutura indicando falhas de conservação.

Por conta disso, os peritos solicitaram o projeto estrutural do deck para análise. O documento deve indicar o peso máximo que a estrutura, – de cerca de 50m² – tinha capacidade de comportar, o que vai ser confrontado com uma estimativa de peso das pessoas aglomeradas sobre o deck, que servia de pista de dança, no momento do desabamento.7

Ainda nesta segunda, a Prefeitura de Porto Alegre confirmou que o restaurante não tinha alvará de funcionamento, que o evento não havia sido autorizado e nem denunciado à Guarda Municipal. A administração municipal que promete tomar “as medidas cabíveis referentes ao fato”.