Gabinete de Crise decide não colocar nenhuma região em Alerta no Sistema 3As 

No entanto, todas as 21 regiões Covid receberam avisos do sistema devido ao aumento de pacientes com coronavírus em leitos de enfermaria

Foto: Alex Rocha/PMPA

O Gabinete de Crise decidiu, nesta quarta-feira, retirar as últimas sete regiões ainda em em Alerta no Sistema 3As de Monitoramento. O governador Eduardo Leite oficializou  o anúncio em uma coletiva de imprensa virtual, já que cumpre agenda em Brasília.

Com isso, pela primeira vez desde que a ferramenta passou a ser implementada em território gaúcho, nenhuma das 21 regiões recebe, neste momento, o indicador de maior gravidade.

Todas as áreas, contudo, receberam avisos nesta semana. Esse indicador é responsável por apontar uma tendência que, dessa vez, está relacionada à internação de pacientes com coronavírus em leitos de enfermaria. Apesar dos baixos índices de ocupação dos leitos clínicos, a velocidade de queda se manteve menor nas últimas semanas.

Conforme o governador Eduardo Leite, a situação merece atenção, principalmente, pela iminência do ingresso da variante Delta no Rio Grande do Sul. Atualmente, o Estado acompanha dois casos suspeitos da cepa, considerada mais transmissível por especialistas, cujas amostras seguem em análise genômica na Fundação Oswaldo Cruz (Focruz), no Rio de Janeiro.

A Secretária Estadual de Saúde (SES), Arita Bergmann, também reforçou que o momento não requer descuido. “Não podemos afrouxar e não podemos cochilar. Temos que acompanhar a evolução”, afirmou a titular da pasta, que aproveitou para agradecer o envolvimento de todos os prefeitos e representantes de regionais no Sistema 3As de Monitoramento, que completa dois meses de operação amanhã.

Eventos

Em relação à realização de eventos teste com presença de público, a secretária afirmou ser impossível realizar essas atividades sem assumir um risco, mas destacou que é uma oportunidade, uma vez que as os participantes vão ser testados para a Covid.

Questionada sobre o cronograma apresentado pela prefeitura de Porto Alegre, que prevê a reabertura gradual dos eventos, ela salientou que as equipes do GT Saúde farão uma avaliação. A tendência, segundo Arita, é que possa haver dois tipos de encaminhamento. Um primeiro, cobrando a necessidade do município enviar novos documentos que apresentem mais detalhes de como os eventos vão funcionar; e um segundo, dando sinal verde para a documentação e indicando os protocolos em que serão enquadradas essas atividades. A previsão é de que a resposta seja divulgada na semana que vem.

Futebol segue sem torcida

Quanto aos jogos de futebol com torcida, a titular da Saúde disse que o Estado ainda espera ser notificado pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que divulgou nota no último domingo revelando a intenção da presença de público nos estádios a partir das fases eliminatórias das copas Libertadores e Sul-Americana 2021. “Não existe a possibilidade de público presencial”, disse a secretária, que defende uma análise com com muito cuidado, “por ser um evento de massa”.

Variante Delta

Sobre a nova cepa, a secretária afirmou que o Rio Grande do Sul vai adotar três estratégias para evitar a disseminação. A primeira medida envolveu a antecipação no prazo entre a primeira e a segunda doses dos imunizantes da AstraZeneca e Pfizer, de 12 para 10 semanas.

Já a segunda é uma cartilha, elaborada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), com orientações técnicas para que as pessoas que dependem do transporte intermunicipal, principalmente em viagens de longa duração, passem a usar máscara de proteção com filtração.

Por fim, Arita divulgou que a última estratégia prevê a vacinação de 100% da população das fronteiras do Brasil com a Argentina e o Uruguai. A medida é uma orientação do Ministério da Saúde divulgada nesta quarta.

No total, o órgão vai distribuir para todo o País, em até 48 horas, mais de 4 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford, sendo que o Rio Grande do Sul vai receber 120 mil doses para vacinar esse público, incluindo moradores e pessoas que transitem pelas fronteiras, em função da profissão.