A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre revelou, na manhã desta quinta-feira (1), que pelo menos 48,9 mil moradores da cidade estão com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em atraso. A situação, que preocupa a administração municipal, é vista como fruto de uma soma de fatores – dentre os quais destacam-se a disseminação de notícias falsas e os efeitos adversos enfrentados após a primeira aplicação.
Mais de 60% das pessoas que não buscaram o reforço no prazo correto foram imunizadas com a CoronaVac: são 30,3 mil porto-alegrenses que receberam a dose inicial do Instituto Butantan e não retornaram para a segunda. Dentre as pessoas que tiveram acesso à fórmula de Oxford/AstraZeneca, 16,3 mil estão com o cronograma atrasado. Por fim, 2,6 mil não completaram o programa com a vacina da Pfizer/BioNTech.
“As notícias falsas dizem que uma vacina é melhor do que a outra, e as pessoas ficam confusas. A gente sabe que todas elas passaram por rigorosos controles de qualidade, de avaliação de risco, de danos. Elas estão aprovadas pelo Ministério da Saúde, pela Anvisa, e acreditamos muito na capacidade dos técnicos que avaliaram esse processo”, ressalta o diretor da Vigilância em Saúde da Capital, Fernando Ritter.
O gestor admite que os atrasos na distribuição da CoronaVac, motivado pela dificuldade de importação do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) junto à China, contribui para que esta seja a fórmula com o maior índice de atraso na aplicação da segunda dose. Entretanto, Ritter ressalta que o Butantan é o responsável por quase metade das doses aplicadas na cidade, fazendo com que o número esteja relativamente proporcional.
Os rumores sobre a incidência de trombose na população vacinada também prejudicam o andamento da campanha. “O risco maior é a pessoa não se imunizar, ser internada por Covid e, aí sim, desenvolver a trombose. Também há o risco do cidadão ser intubado e morrer. Vacina boa é aquela vacina que está disponível para ser aplicada no braço das pessoas”, reitera.
Porto Alegre garante que há doses para todos
A orientação para quem está com o reforço pendente é procurar, imediatamente, um local de vacinação. Neste momento, a SMS conta com doses suficientes para colocar em dia a segunda dose de todos os que estão atrasados. A prefeitura alerta que a imunização completa é essencial para a retomada da normalidade e a redução das restrições impostas à circulação de pessoas em razão da Covid-19.
O Governo do Rio Grande do Sul espera que 90% da população adulta, estimada em 8,9 milhões de pessoas, receba a primeira dose até o dia 20 de setembro. No ritmo atual, Porto Alegre vai concluir esta etapa antes mesmo do previsto pelo Palácio Piratini. Isso porque, mantidos os repasses de vacinas e a adesão da população, a previsão é de que todos com mais de 18 anos devem ter acesso aos imunizantes no final do mês de agosto.