Prêmio criado pelo Estado para acelerar vacinação divide opiniões entre prefeitos

Piratini fará repasses às cidades que mais imunizarem contra a Covid-19

Foto: Cristine Rochol/PMPA

O programa de incentivo à vacinação contra a Covid-19 no Rio Grande do Sul, anunciado na última semana pelo governador Eduardo Leite (PSDB), divide opiniões entre os prefeitos gaúchos. A ideia do Palácio Piratini é disponibilizar recursos extraordinários às cidades que avançarem mais rápido no programa de imunização, criando uma “competição saudável” entre municípios de porte semelhante.

Em entrevista à RecordTV RS, o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeito de Taquari, Maneco Hassen (PT), criticou a iniciativa. “Se a campanha está atrasada, só há uma razão: a falta de vacinas. Inclusive, no próprio dia em que o governador anunciou o prêmio, mais de 130 municípios gaúchos estavam com a vacinação suspensa por falta de doses”, afirma.

A Famurs consultou as 27 associações regionais que integram o bloco, representando gestores de todas as partes do Estado. Segundo a entidade, a opinião dos governantes é unânime, e contrária à mobilização. O principal argumento é de que as prefeituras não têm culpa da lentidão no andamento da aplicação das doses – que seriam repassadas à população assim que distribuídas pelo Ministério da Saúde.

Entretanto, há casos onde a iniciativa é vista com bons olhos. O prefeito de Engenho Velho, Diego Bergamaschi (PT), argumenta que toda iniciativa em prol da vacinação em massa pode contribuir para o fim da pandemia. “Temos localidades onde a vacina chega e fica em estoque, demorando para chegar ao braço da população. As prefeituras precisam imunizar as pessoas o mais rápido possível”, pondera.

Como funciona o programa

Os municípios que aparecerem na liderança do ranking de vacinação, nos dias 20 de julho e 20 de agosto, vão receber prêmios que variam de R$ 150 mil a R$ 25 mil. As prefeituras vão disputar o montante com localidades de características populacionais semelhantes, e devem investir o dinheiro na rede pública de saúde.

Os repasses extraordinários vão custar R$ 1,25 milhão. O valor será dividido em duas parcelas, de R$ 625 mil cada. O Palácio Piratini pretende disponibilizar a primeira dose da vacina, a todos os adultos, até o dia 20 de setembro. A meta é vacinar 90% do público-alvo, estimado em 8,9 milhões de pessoas, até lá.

PORTE MUNICÍPIOS PRÊMIO
Acima de 100 mil hab. 19 1º lugar: R$ 150 mil
2º lugar: R$ 100 mil
De 99,9 mil a 50 mil hab. 26 1º lugar: R$ 100 mil
2º lugar: R$ 75 mil
De 49,9 mil a 10 mil hab. 123 1º lugar: R$ 75 mil
2º lugar: R$ 50 mil
Abaixo de 10 mil hab. 329 1º lugar: R$ 50 mil
2º lugar: R$ 25 mil