Governo do RS vai premiar em dinheiro cidades que aplicarem mais vacinas contra a Covid-19

Repasses extraordinários vão custar R$ 1,25 milhão ao Palácio Piratini

Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

O governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou, na manhã desta quinta-feira (24), a criação de um programa de incentivo à vacinação contra a Covid-19 no Rio Grande do Sul. A ideia é provocar as prefeituras, criando uma “competição saudável” entre as cidades, para que a aplicação da primeira dose dos imunizantes seja feita com mais agilidade.

Os municípios que aparecerem na liderança do ranking de vacinação, nos dias 20 de julho e 20 de agosto, vão receber prêmios que variam de R$ 150 mil a R$ 25 mil. As prefeituras vão disputar o montante com localidades de características populacionais semelhantes, e devem investir o dinheiro na rede pública de saúde.

Os repasses extraordinários vão custar R$ 1,25 milhão. O valor será dividido em duas parcelas, de R$ 625 mil cada. “É um prêmio para que possam comprar equipamentos, reformar unidades de saúde, fazer investimentos na atenção primária para qualificar o atendimento à população. É uma corrida do bem”, explica Leite.

PORTE MUNICÍPIOS PRÊMIO
Acima de 100 mil hab. 19 1º lugar: R$ 150 mil
2º lugar: R$ 100 mil
De 99,9 mil a 50 mil hab. 26 1º lugar: R$ 100 mil
2º lugar: R$ 75 mil
De 49,9 mil a 10 mil hab. 123 1º lugar: R$ 75 mil
2º lugar: R$ 50 mil
Abaixo de 10 mil hab. 329 1º lugar: R$ 50 mil
2º lugar: R$ 25 mil

O Palácio Piratini pretende disponibilizar a primeira dose da vacina, a todos os adultos, até o dia 20 de setembro. A meta é vacinar 90% do público-alvo, estimado em 8,9 milhões de pessoas, até lá. Por isso, o Governo orienta que as prefeituras intensifiquem a divulgação da campanha, e incluam ações de conscientização em seus programas.

“O prêmio é uma demonstração de que queremos que as vacinas cheguem nas pessoas. Os municípios precisam ter muito cuidado com o registro das doses aplicadas. As prefeituras podem fazer mais buscas ativas às pessoas que, por algum motivo, ainda não procuraram as unidades de saúde”, ressalta a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann.

Adolescentes seguem sem previsão de vacina

O cronograma divulgado pelo Governo do Estado não leva em consideração os menores de 18 anos – que ainda estão fora da ordem definida pelo Governo Federal. A aplicação das doses neste público só deve acontecer após o fim da campanha entre os adultos, apesar da aprovação da vacina da Pfizer/BioNTech para jovens com mais de 12 anos.

“Todos nós estamos com grande expectativa para fazer a vacinação, utilizando as doses da Pfizer, em adolescentes de 12 a 17 anos. Mas o Ministério da Saúde ainda não definiu a inclusão deste grupo no calendário. A expectativa é de que se complete os demais grupos, para então começar a imunização dos adolescentes”, ressalta Arita.

A secretária negocia, junto ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a inclusão imediata dos adolescentes com comorbidades na fila de vacinação. Entretanto, não há nenhuma previsão de prazo para que essa mudança aconteça, uma vez que ela depende também do aval da União.