Conselho aprova passagem de ônibus a R$ 5,20 em Porto Alegre; decisão final cabe a Melo

Votação terminou com 13 votos a favor e cinco contra

Foto: Mauro Schaefer/Correio do Povo

Após mais de duas horas de reunião extraordinária, o Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) decidiu aprovar, na tarde desta terça-feira, o relatório técnico da alteração da tarifa de ônibus de Porto Alegre. O valor estabelecido em R$ 5,20, teve 13 votos a favor e cinco contra. Agora, para entrar em vigor, a tarifa depende da sanção do prefeito Sebastião Melo.

O valor aprovado no encontro. que ocorreu de forma virtual, é referente a um cálculo técnico, mas não deve ser o preço cobrado na catraca. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) chegou a ele dividindo o custo do sistema pelo número de passageiros pagantes, com base em valores de 2019, já que no ano passado não houve aumento da tarifa do transporte coletivo, que chegou a enfrentar queda de mais de 50% no número de passageiros, em função da crise econômica gerada pela pandemia.

O reajuste anual da tarifa de ônibus em Porto Alegre – que, legalmente, precisa acontecer até fevereiro, mas diante da situação imposta pela pandemia, as empresas e o Poder Público firmaram um acordo, em março, mantendo a passagem em R$ 4,55. Na ocasião, a prefeitura repassou R$ 16 milhões às concessionárias – valor que cobriu, em parte, o deficit causado pelo atraso do cálculo da tarifa consensual.

Durante a reunião, apenas quatro entidades foram contrárias ao aumento da passagem: a Federação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Rio Grande do Sul (Fetapergs), a União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Porto Alegre (Umespa), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União das Associações de Moradores de Porto Alegre (Uampa), além do representante do Orçamento Participativo (OP).

O representante da Umespa, Anderson Farias, declarou que a entidade considerou o valor definido abusivo. Em posicionamento, assinado junto com outras representações como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a entidade sustenta que aumentar o preço em meio à pandemia é desumano. Farias ainda disse que Porto Alegre é a única cidade do mundo em que o sistema (empresas) recebe subsídio para ofertar um serviço de péssima qualidade.