Abertura de novos mercados, aumento no volume de negócios das diversas cadeias produtivas, diversificação de produtos, geração de novos empregos. Os ganhos são muitos para o Rio Grande do Sul com a conquista do status de zona livre de febre aftosa sem vacinação. O anúncio deve ser feito nesta quinta-feira (27) pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em Assembleia Geral.
“Esse reconhecimento vai abrir mercados mundo afora para vendermos aquilo que produzimos de proteína animal e vai incentivar investimentos em frigoríficos, em produção de proteína animal e, consequentemente, em emprego e renda para a nossa população, acessando esses outros mercados e colocando mais recursos no nosso Estado”, destacou o governador Eduardo Leite em pronunciamento recente sobre o novo status sanitário.
“Este é um momento de comemoração da agropecuária gaúcha que, certamente, saberá aproveitar da melhor forma esta nova condição, demonstrando a grandeza do nosso setor de proteína animal para todo o mundo“, afirma a secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) Silvana Covatti.
De acordo com o economista Rodrigo Feix, do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), o acesso a mercados internacionais mais exigentes, facilitado pela mudança do status sanitário, pode representar um importante estímulo ao crescimento para a cadeia de carnes do Rio Grande do Sul. “Esse estímulo estará presente tanto nos segmentos de produtos tradicionais (cortes predominantes atualmente na pauta), mas também fomentará a adoção de novas estratégias competitivas pelas empresas, sobretudo via diferenciação de produto, que conferem maiores margens de rentabilidade. Mesmo em mercados que já são relevantes para a pauta gaúcha de exportações de carnes novos estímulos serão criados, como é o caso das vendas de carne com osso para a China”, afirma Feix.
O economista destaca que a indústria de carnes é o principal setor empregador do agronegócio gaúcho, considerando os vínculos formais de trabalho. Em março de 2021 havia 67.695 postos de trabalho no setor de abates e fabricação de produtos de carne no RS, segundo estatísticas do DEE/SPGG.
“A redução nos custos de produção, o ingresso em novos mercados e o crescimento da demanda resultantes da mudança no status sanitário tendem a contribuir para a continuidade do processo de geração de empregos na cadeia de carnes, com repercussões diretas e indiretas para as economias do interior do estado”, diz Feix. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a previsão para este ano de 2021 é de que o Valor Bruto da Produção da pecuária gaúcha totalize R$ 31,7 bilhões de reais, o que representa um crescimento de 3,6% em relação a 2020.
“Nós teremos muitos ganhos no futuro, não apenas na pecuária mas também na agricultura, destaca Helena Rugeri, Superintendente do Mapa no Rio Grande do Sul. Ela afirma que esta conquista foi construída conjuntamente, em parceria, entre o setor público e o setor privado. “O setor público olhou para a frente, construiu um trabalho que gerou confiança em toda a cadeia e que trouxe esta certificação para o Estado”, diz ela.
Com informação: AI Seapdr