
Morreu na noite desse sábado, aos 87 anos, a atriz Eva Wilma, vítima de um câncer no ovário descoberto recentemente. Eva permanecia internada no Hospital Israelita Albert Einstein.
Em 10 de janeiro, a atriz teve de ser hospitalizada com quadro de pneumonia. Na época, um teste de Covid-19 deu negativo. Dias depois, descobriu um câncer no ovário.
A atriz já havia tido problemas respiratórios no passado. Em 2016, sofreu uma embolia pulmonar. Após passar por um tratamento de três semanas, Eva se recuperou.
De família de origem alemã, Eva Wilma Riefle Buckup Zarattini nasceu em 14 de dezembro de 1933, em São Paulo. Aos 14 anos, passou a atuar como bailarina clássica.
Da dança, ela começou a ter oportunidade no teatro, participando de inúmeras peças, como os clássicos como Hamlet, Edipo Rei, A Canção para Bernadette e Casa de Bonecas.
No cinema, estreou em 1953, convidada pelo diretor italiano Luciano Salce para o filme Uma Pulga na Balança. Estrelou filmes como Assassinato em Copacabana, A Sogra, O Quinto Poder, A Ilha, São Paulo S/A, Asa Branca – Um Sonho Brasileiro, O Signo da Cidade e A Guerra dos Vizinhos. Eva gravou para o cinema, pela última vez, para o longa Minha Mãe, Minha Filha, de 2018.
Na TV, estreou ao participar do seriado Namorados de São Paulo, de Cassiano Gabus Mendes, na TV Tupi, em 1953. A produção, adaptada, passou a se chamar Alô, Doçura!, inspirada no sucesso I Love Lucy. Eva se tornou protagonista com Mário Sérgio, substituído na sequência pelo ator John Herbert.
Eva e Herbert se casaram em 1955 e ficaram juntos até 1976. O casal teve dois filhos: Vivien e John Herbert. O sucesso do seriado era tanto que o casal se tornou um dos mais marcantes da época na TV brasileira.
Na Record, Eva trabalhou, ao lado do marido, em novelas como Comédia Carioca e Prisioneiro de um Sonho.
Na década de 60, ela também encarnou papeis marcantes em produções como Ana Maria Meu amor, Fatalidade e Angústia de Amar, novela baseada no filme O Que Aconteceu a Baby Jane?, e O Amor Tem Cara de Mulher.
Já na década de 70, estrelou sucessos como Meu Pé de Laranja Lima, interpretou as gêmeas Ruth e Raquel na primeira versão de Mulheres de Areia e viveu Dinah, também na primeira adaptação da novela A Viagem.
Eva passou então a trabalhar com o ator e diretor Carlos Zara, com quem se casou em 1979. Eles ficaram juntos por 23 anos, até a morte de Zara, em 2002.
Em 1980, Eva Wilma entrou para a Globo, onde protagonizou novelas como Plumas e Paetês, Elas por Elas e Ciranda de Pedra. Na década, trabalhou também em Guerra dos Sexos, na qual viveu Bárbara Guerra, Sassaricando, novela em que interpretou Penélope Bacelar e Que Rei Sou Eu?, onde viveu a Marquesa D’Anjou.
Nos anos 90, deu vida a um dos papeis mais queridos, a vilã Maria Altiva, de A Indomada, com seu famoso bordão “Oxente, my god”. Ela também participou de O Rei do Gado, História de Amor e Pátria Minha.
Outro personagem marcante da atriz foi a Tia Íris, da novela Fina Estampa, em 2011. Já em 2014, chamou a atenção como a alcóolatra Fábia, de Verdades Secretas.
A última novela de Eva foi O Tempo Não Para, de 2018, enquanto a última aparição na TV foi na série Os Experientes, de 2019.
No teatro, estrelou recentemente O Que Terá Acontecido a Baby Jane?, ao lado de Nicette Bruno, que morreu de Covid-19 em 2020. A montagem foi bastante elogiada.
Eva foi premiada pela atuação desde o início da carreira, colecionando prêmios em mais de 60 anos de sucesso.