A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, instalada no Senado Federal, faz nesta quinta-feira (29), a partir das 9h, sua segunda reunião. Na pauta está a definição do plano de trabalho que seguirá a comissão daqui em diante. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) sugeriu ao presidente da CPI, Omar Azis (PSD-AM), onze prioridades que poderiam nortear os trabalhos do grupo de 11 senadores.
Renan quer que sejam pedidos inicialmente todos os documentos relacionados a aquisições de vacinas e insumos no país utilizados no combate à pandemia do novo coronavírus e o maior número possível de dados relacionados à regulamentação feita pelo Ministério da Saúde em relação a medidas como isolamento social, quarentena e proteção da coletividade”.
O relator pretende ainda aprovar a convocação dos três ex-ministros da Saúde do governo do presidente Jair Bolsonaro: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello,. E chamar o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga. Azis afirmou que o depoimento de Mandetta vai acontecer na próxima terça-feira (4).
O presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, também pode ter o depoimento marcado.
As sessões da CPI ocorrerão sempre nas terças e quartas-feiras. Nesta semana, excepcionalmente, o presidente Omar Aziz preferiu dar mais um dia para que os parlamentares enviassem sugestões para o plano de trabalho da comissão.
Esses requerimentos, que puderam ser entregues até as 10h dessa quarta-feira (28), também devem ser avaliados hoje pelos integrantes do grupo.
Na terça-feira (27), Renan afirmou que a CPI vai investigar “se, por ação, omissão, desídia ou irresponsabilidade, alguém colaborou para que a matança [da pandemia de covid-19] avançasse”.
“Vamos apurar, mas com critérios. Só valerão provas efetivas. Não vamos condenar por convicção ou fazer power points contra ninguém”, reforçou.
Também na terça, o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a comissão pode solicitar formalmente à Casa Civil o documento, cuja existência foi revelada pela imprensa no final de semana, em que são listadas 23 acusações que o governo deve sofrer no decorrer dos trabalhos.
“Foi uma contribuição importante do governo para ajudar nas investigações. Aponta alguns aspectos que estarão em nosso plano de trabalho, e a questão dos povos indígenas, que estava passando ao largo. O roteiro da Casa Civil é uma colaboração para as investigações, e talvez seja necessário e de bom tom solicitarmos oficialmente este roteiro”, disse Randolfe.