Centenas de pessoas foram pegas de surpresa com a paralisação dos servidores da Trensurb, que atrasou em uma hora o início das operações nesta terça-feira (20). As estações, que costumam abrir as portas às 5h, só receberam o público a partir das 6h, provocando longas filas em cidades como Porto Alegre, Canoas e Sapucaia do Sul.
A mobilização pretende garantir a prioridade dos metroviários na vacinação contra a Covid-19. Inicialmente, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Metroviário e Conexas do Rio Grande do Sul (Sindimetrô/RS) pretendia estender o protesto até as 7h – movimento que foi vetado pela Justiça.
Na Estação Sapucaia, pelo menos 50 pessoas aguardavam o momento do embarque às 5h30min. A plataforma, que teve acesso liberado às 5h55min, ficou imediatamente lotada após a abertura – e recebeu os primeiros trens às 6h10min, tanto no sentido Capital quanto no sentido Novo Hamburgo.
Primeiros trens no sentido Porto Alegre ficaram lotados na manhã desta terça-feira. Vídeo: Aristoteles Junior
A paralisação, que acontece em nível nacional, é coordenada pela Federação dos Metroferroviários (Fenametro). O ato está sendo anunciado desde a última quinta-feira, mas os cartazes para a orientação dos usuários não foram colocados em todas as estações – algo que os desagradou muitos passageiros.
A diarista Eva Vargas Freitas, que mora em Sapucaia do Sul e trabalha em Porto Alegre, teve de esperar cerca de 30 minutos em frente à estação. “Atrapalha bastante. Acho que não é necessário. Eles não têm contato com o público, trabalham fechados nas áreas deles. Não tem a necessidade de atrasar os trens”, opina.
Metroviários somam quatro vítimas da Covid-19 no RS
Segundo o Sindimetrô/RS, quatro profissionais que atuavam nas estações da Trensurb perderam a vida em decorrência da Covid-19 somente nos últimos 30 dias. A categoria estima que 20% dos servidores já foram infectados pelo coronavírus. Atualmente, 90 funcionários estão afastados por estarem contaminados.
“Temos que reabrir essa discussão. É inadmissível que um farmacêutico esteja na lista prioritária, e o atendente da farmácia fique de fora. Entendemos que é uma ordem elitista. Não prioriza, em nenhum momento, o trabalhador que sai de casa todos os dias para garantir o seu sustento”, afirma o presidente da entidade sindical, Luís Henrique Chagas.
Cerca de 1,5 mil pessoas, entre trabalhadores diretos e indiretos, saem de casa, diariamente, para garantir a circulação dos trens. Em São Paulo, o Governo confirmou que dará prioridade ao setor, pondo fim à possibilidade de greve. Por lá, 2,8 mil operadores e técnicos serão imunizados nos próximos dias.