Após registro de filas, Trensurb retoma operações da linha com uma hora de atraso

Circulação dos trens começou por volta das 6h na Região Metropolitana

Usuários foram pegos de surpresa com a mobilização dos metroviários. Foto: Ricardo Giusti/Correio do Povo

Centenas de pessoas foram pegas de surpresa com a paralisação dos servidores da Trensurb, que atrasou em uma hora o início das operações nesta terça-feira (20). As estações, que costumam abrir as portas às 5h, só receberam o público a partir das 6h, provocando longas filas em cidades como Porto Alegre, Canoas e Sapucaia do Sul.

A mobilização pretende garantir a prioridade dos metroviários na vacinação contra a Covid-19. Inicialmente, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Metroviário e Conexas do Rio Grande do Sul (Sindimetrô/RS) pretendia estender o protesto até as 7h – movimento que foi vetado pela Justiça.

Na Estação Sapucaia, pelo menos 50 pessoas aguardavam o momento do embarque às 5h30min. A plataforma, que teve acesso liberado às 5h55min, ficou imediatamente lotada após a abertura – e recebeu os primeiros trens às 6h10min, tanto no sentido Capital quanto no sentido Novo Hamburgo.

Primeiros trens no sentido Porto Alegre ficaram lotados na manhã desta terça-feira. Vídeo: Aristoteles Junior

A paralisação, que acontece em nível nacional, é coordenada pela Federação dos Metroferroviários (Fenametro). O ato está sendo anunciado desde a última quinta-feira, mas os cartazes para a orientação dos usuários não foram colocados em todas as estações – algo que os desagradou muitos passageiros.

A diarista Eva Vargas Freitas, que mora em Sapucaia do Sul e trabalha em Porto Alegre, teve de esperar cerca de 30 minutos em frente à estação. “Atrapalha bastante. Acho que não é necessário. Eles não têm contato com o público, trabalham fechados nas áreas deles. Não tem a necessidade de atrasar os trens”, opina.

Metroviários somam quatro vítimas da Covid-19 no RS

Segundo o Sindimetrô/RS, quatro profissionais que atuavam nas estações da Trensurb perderam a vida em decorrência da Covid-19 somente nos últimos 30 dias. A categoria estima que 20% dos servidores já foram infectados pelo coronavírus. Atualmente, 90 funcionários estão afastados por estarem contaminados.

“Temos que reabrir essa discussão. É inadmissível que um farmacêutico esteja na lista prioritária, e o atendente da farmácia fique de fora. Entendemos que é uma ordem elitista. Não prioriza, em nenhum momento, o trabalhador que sai de casa todos os dias para garantir o seu sustento”, afirma o presidente da entidade sindical, Luís Henrique Chagas.

Cerca de 1,5 mil pessoas, entre trabalhadores diretos e indiretos, saem de casa, diariamente, para garantir a circulação dos trens. Em São Paulo, o Governo confirmou que dará prioridade ao setor, pondo fim à possibilidade de greve. Por lá, 2,8 mil operadores e técnicos serão imunizados nos próximos dias.