Maioria das indústrias gaúchas ainda enfrenta falta de insumos em meio à pandemia

Mais de metade delas não vem dando conta da demanda, mostra pesquisa da Fiergs

Presidente da Fiergs, Gilberto Petry | Foto: Alina Souza / CP

Divulgada nesta segunda-feira, a terceira edição da Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul e da Construção concluiu que mais da metade das indústrias gaúchas continua com dificuldades para atender a demanda dos clientes. O levantamento, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) mostra que a maioria desses problemas acontece por conta da falta de envio de insumos e matérias-primas em meio à pandemia. O percentual das que vêm deixando de atender algum cliente, porém, recuou de 60,9%, em novembro de 2020, para 52,5%, em fevereiro de 2021.

“Houve uma sinalização de recuperação no setor, mas os problemas permanecem. As novas restrições impostas a diferentes setores econômicos, principalmente por causa do recrudescimento da pandemia, podem fazer esse início de recuperação retroceder”, avaliou o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.

O relatório, feito entre 1º e 11 de fevereiro, ouviu 217 empresas, sendo 182 da Transformação e 35 da Construção. As empresas da indústria de transformação disseram enfrentar maiores problemas que as da Construção, mas em ambas eles diminuíram no período: de 64,6% para 56% e de 42,5% para 34,3%, respectivamente.

Ainda de acordo com a pesquisa da Fiergs, mais de oito em cada dez empresas gaúchas – 81,6% -, relataram problemas para obter insumos e matérias-primas domésticos em fevereiro, percentual um pouco inferior aos 85,2% de novembro. Parte delas porém, ainda consegue dar conta da demanda.

Para 41,8% das empresas consultadas, a normalização da oferta doméstica de insumos e matérias-primas só deve se normalizar no segundo trimestre de 2021. No início de novembro do ano passado, 45,8% das empresas previam a normalização ainda no primeiro trimestre. Um percentual importante, de 32,8%, projeta a solução só para o terceiro trimestre, e um grupo de 10,2%, apenas para 2022.