Mourão: ‘há condições’ para realização de cultos em meio à pandemia

Vice-presidente também disse que frequentadores de templos religiosos são pessoas mais "disciplinadas" que as que fazem festas clandestinas pelo país

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu nesta segunda-feira, a liberação de celebrações religiosas no País, mesmo no momento mais grave da pandemia da Covid-19. Mourão argumentou que “há condições” de as celebrações serem realizadas a depender dos espaços de cada templo religioso para que haja distanciamento. O vice-presidente também opinou que frequentadores de templos religiosos são pessoas mais “disciplinadas” e que as celebrações são diferentes de “festas clandestinas” que ocorrem pelo país. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

No último sábado, dia 3, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques decidiu autorizar a realização de celebrações religiosas em todo o Brasil, desde que aplicados protocolos sanitários em igrejas e templos, limitando a presença a 25% da capacidade do público.

Governadores e prefeitos questionaram a decisão, alegando ter autonomia determinada pelo próprio STF para decidir sobre medidas de restrição durante a crise sanitária. O decano do STF, ministro Marco Aurélio Mello, também criticou no domingo a decisão de Kassio Nunes. Já o presidente Jair Bolsonaro comemorou em redes sociais a determinação do ministro -, indicado dele à Corte.

“Vamos aguardar o que o pleno (do STF) vai dizer”, comentou Mourão na chegada à vice-presidência nessa manhã. “Tem a própria questão (que) dependendo do espaço do templo vai gerar algum tipo de aglomeração. Então, é uma questão que tem que ser discutida mais a fundo”, disse. Para o vice-presidente, as dimensões de cada templo é um dos critérios para definir se celebrações podem voltar a ocorrer.

“Tudo depende das pessoas, depende do templo. Se você tem uma igreja que tem um espaço bom você limita 20, 30 pessoas, separadas duas por banco, vamos colocar assim, e todo mundo de máscara obviamente, acho que há condições”, afirmou. “Agora quando são templos apertados e muita gente lá dentro é óbvio que não é conveniente”, completou.

Questionado se a liberação das celebrações pode agravar a situação da pandemia da Covid-19, que já acumula mais de 330 mil mortes no Brasil, Mourão minimizou. “As pessoas que frequentam o culto, o templo, são pessoas até mais disciplinadas, assim. É diferente de balada, essas festas clandestinas que acontecem. Não vou colocar no mesmo nível isso, são duas atividades totalmente distintas, uma é espiritual e a outra é corporal, vamos dizer assim”, opinou.