Um grupo de ex-funcionários da Sogal, empresa que opera as linhas do transporte coletivo em Canoas, protestou em frente à garagem da companhia na manhã desta quarta-feira (24). Os profissionais, que assinaram acordo de demissão voluntária em meio à mais recente paralisação dos serviços, cobram o pagamento das verbas rescisórias.
A pedido da companhia, o montante foi parcelado. Mesmo assim, os depósitos não estão acontecendo conforme previsto. A manifestação dos rodoviários começou antes do horário previsto para a saída dos primeiros ônibus, e foi acompanhada pela Brigada Militar. A saída dos veículos aconteceu com atraso, fato que reflete na tabela horária das linhas.
“O acordo foi feito junto à Justiça e o sindicato. Nós não temos gerência sobre isso. Vivemos um momento atípico, no Brasil inteiro, no âmbito do transporte coletivo. Estamos apresentando algumas ideias para solucionar o problema”, afirma o secretário de Transportes de Canoas, Francisco Nunes.
A situação é debatida, internamente, através de uma junta de governança – que conta com a participação de integrantes da prefeitura da cidade, gestores da empresa e representantes da categoria. Uma das soluções apontadas pelo grupo é a criação de dez linhas rápidas, integrando os bairros às estações da Trensurb.
“Esse plano de recuperação vai ajudar muito a empresa no sentido de ampliar a questão das linhas, para trazer de volta o usuário ao transporte público. A má qualidade abriu margem para os aplicativos. Houve uma migração em massa das pessoas que usavam o transporte público”, ressalta Nunes.
Empresa volta a atrasar salários
A última greve dos rodoviários de Canoas, encerrada em janeiro, foi motivada pelo atraso no pagamento de salários. Na oportunidade, a prefeitura realizou um aporte, em dinheiro, para que os ônibus voltassem a circular. Os recursos foram repassados por meio da compra antecipada de passagens, disponibilizadas aos beneficiários do auxílio municipal.
Entretanto, o problema voltou a se repetir. Em audiência do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), realizada na semana passada, o Poder Público concordou em repassar mais R$ 1,3 milhão à Sogal, divididos em três parcelas. O montante também será revertido em passagens para a população de baixa renda.
Em contrapartida, a companhia deve quitar os salários de janeiro e fevereiro, assim como benefícios como a cesta básica e o vale-alimentação, que estão pendentes. A equipe da Rádio Guaíba buscou contato, via telefone, com a empresa – que não atendeu às chamadas.