Servidores penitenciários do RS protestam por prioridade na fila de vacinação contra Covid-19

Manifestações acontecem, ao longo de toda a terça-feira, em diversas cidades gaúchas

Protesto foi organizado por sindicato que representa cerca de 7,5 mil profissionais. Foto: Amapergs/Divulgação

Os funcionários públicos que atuam no sistema penitenciário gaúcho protestam em frente às carceragens, nesta terça-feira (23), pedindo prioridade para a categoria na vacinação contra a Covid-19. A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul (Amapergs), acontece em pelo menos doze cidades.

O ato dá sequência à mobilização que já foi parar na esfera judicial, através de uma ação coletiva protocolada pelo sindicato na 10ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre. A peça, enviada no último sábado (20) em nome dos sete mil servidores filiados à entidade, pede que os profissionais do setor sejam incluídos no Grupo 1 do Plano Estadual de Vacinação.

Segundo o presidente da associação, Saulo Felipe dos Santos, o pedido tem como base o crescente número de afastamentos em razão da Covid-19. “O déficit de servidores é potencializado pela doença. Em Bagé, Itaqui, Santa Maria, Guaporé, Torres, Passo Fundo e Cruz Alta, um terço dos colegas estão em casa após teste positivo”, relata.

Ainda conforme a categoria, a situação também é crítica no Instituto Psiquiátrico Forense Doutor Maurício Cardoso (IPF) e no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, localizados em Porto Alegre. O agravamento da pandemia entre os profissionais já foi pauta de reuniões da AMAPERGS com integrantes do Governo do Estado.

“No cronograma nacional, os presos vão ser vacinados antes de nós. Estão em uma linha imediatamente acima dos servidores penitenciários no Plano Nacional de Vacinação. É importante que os apenados sejam vacinados, nós precisamos disso, mas não podemos admitir que nós fiquemos em um patamar inferior aos presos”, finaliza Santos.

Contraponto

Contatada pela reportagem da Rádio Guaíba, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seapen) informou que quaisquer mudanças na ordem de vacinação precisam partir do Ministério da Saúde. A pasta reitera que compreende o posicionamento dos servidores e negocia a alteração junto ao Governo Federal.