STJ absolve desembargadora que relacionou Marielle Franco a fação criminosa

Tribunal entendeu que a magistrada já se desculpou

Foto: Rádio Guaíba / Arquivo

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta quarta-feira, declarar extinta a punibilidade e absolver a desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marília de Castro Neves Vieira, alvo de processo devido a uma publicação nas redes sociais envolvendo a vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018. Por unanimidade, o colegiado entendeu que a magistrada se retratou dos fatos e não pode ser punida pelo crime de calúnia.

Durante a repercussão do assassinato nas redes sociais, Marília postou mensagem na qual afirmou que Marielle Franco era “engajada com bandidos” e havia sido eleita com ajuda de uma facção criminosa. Após o episódio, a família apresentou uma queixa-crime no STJ e afirmou que as acusações eram notícias falsas (fake news). Em seguida, a desembargadora passou à condição de ré no processo.

A Corte seguiu voto proferido pela relatora, ministra Laurita Vaz. Segundo a ministra, embora as ofensas sejam condenáveis, houve retratação por parte da magistrada após a publicação da mensagem. Dessa forma, como a retratação ocorreu antes da sentença, o Tribunal declarou a extinção da punibilidade, conforme determina a legislação penal.