O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (2) que o Brasil poderá se tornar uma nova Argentina dentro de seis meses ou ainda uma Venezuela no período de 1 ano e meio. A declaração de Guedes foi dada ao youtuber Thiago Nigro, do canal Primo Rico, em podcast gravado na última sexta-feira (26) e que foi ao ar hoje.
A condição para isso seria continuar as políticas públicas de governos anteriores, que beneficiavam grandes empresas com empréstimos de bancos públicos, e o descontrole dos gastos do governo, aliado à escalada da taxa básica de juros.
“Para virar a Argentina, seis meses. Para virar a Venezuela, um ano e meio. Se fizer errado, vai rápido. Agora, quer ir para o outro lado? Quer virar Alemanha ou Estados Unidos? 10 ou 15 anos na outra direção”, afirmou o ministro e chefe da área econômica do governo.
Guedes repetiu que “o Brasil era o paraíso dos rentistas e o inferno dos empreendedores, mas era uma promessa falsa”. Em seguida, questionou: “Quem é que vai pagar 7% ao ano (para o rentista) lá na frente?”
Pouco antes desse trecho, o ministro da Economia destacou que, “para construir uma nação forte, você leva às vezes décadas, e, para construir um desastre econômico, são alguns meses, na pior das hipóteses, anos”.
“Um, dois ou três anos e você estraga tudo. Agora, para construir uma nação forte, você leva 10, 15 anos de boas políticas bem desenhadas”, explicou.
Para Guedes, inclusive, a prática de emprestar dinheiro de bancos públicos a grandes companhias brasileiras criava, no final, o ciclo que impulsionou campanhas eleitorais no passado.
“Então, são dois caminhos diferentes: um é o caminho da miséria, em que você continua fazendo gastos descontrolados, mal focalizados, dando dinheiro para empresa campeã, que é grande e podia ir no mercado pegar recurso. […] O sujeito pega dinheiro no banco público, com ajuda dos governantes, e depois financia campanha do pessoal que ajudou”, disse.
O ministro também relembrou o histórico de terra de prosperidade no passado. “O Brasil que crescia 7,5% ao ano, durante décadas, […] trazendo gente de todo o mundo. É a maior colônia de japoneses fora do Japão. Segunda maior colônia de italianos fora da Itália. Terceira maior colônia de alemães fora da Alemanha. Todo mundo vinha para cá, porque era a terra da prosperidade. Hoje, é o contrário. O filho do mais rico vai estudar fora e fica por lá, por Miami; o filho do mais pobre vai entregar pizza em Boston”, relembrou.