O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), pediu desculpas aos profissionais da saúde autônomos ativos após falha de comunicação que provocou filas em busca de vacinas contra a Covid-19 nesta sexta-feira (26). Ontem à tarde, a prefeitura divulgou que a imunização do grupo começaria hoje – processo que acabou suspenso na noite passada, para evitar aglomerações.
Em transmissão nas redes sociais, Melo informou que as doses continuam reservadas. “Ontem, deveríamos ter feito uma programação por faixa de idade, mas as informações acabaram saindo de forma confusa. Hoje, muitos profissionais acabaram indo aos postos e não tinha vacina para todo mundo. Peço desculpas. Determinamos a correção e isso não vai acontecer mais”, garantiu o prefeito.
O novo cronograma de distribuição das doses ainda não foi informado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Entretanto, o emedebista antecipou, também durante a live, que a distribuição deve começar pelos autônomos ativos com mais de 60 ou 65 anos. Melo aproveitou a oportunidade para, também, esclarecer a polêmica declaração em que pedia a colaboração da população ‘para salvar a economia de Porto Alegre’.
“A nossa agenda é salvar vidas. A prefeitura tem trabalhado muito para agilizar a vacina. Estivemos em Brasília essa semana mesmo, me reuni com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o tema central foi mais vacinas para Porto Alegre. Ampliar os leitos, tanto de retaguarda quanto de UTI, testagem e equipamentos para atender as pessoas. Manifesto a minha solidariedade a todos que perderam seus entes queridos”, declarou Melo.
“Não há medida que resolva a pandemia automaticamente”
Sebastião Melo estava acompanhado do vice-prefeito, Ricardo Gomes (DEM), na transmissão ao vivo. O político, que exerceu a chefia do Executivo interinamente enquanto o emedebista cumpria agenda em Brasília, voltou a criticar o fim da cogestão. Para Ricardo Gomes, que também ocupa a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), há uma preocupação quanto ao possível fechamento de empresas.
“Muitas pessoas criaram a expectativa de um decreto salvador que resolva a pandemia automaticamente. Isso não existe. Muitas pessoas indagam a nossa posição de não querer fechar a economia. O fechamento, agora, pode produzir muito mais desemprego do que no ano passado. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que, quanto pior a condição social de uma sociedade, pior é a saúde das pessoas”, afirmou o vice-prefeito.
As restrições de bandeira preta do modelo de Distanciamento Controlado começam a valer, em todo o Rio Grande do Sul, a partir deste sábado (27). Todas as atividades comerciais serão impactadas: no caso dos estabelecimentos não-essenciais, o fechamento será total. Para os essenciais, será necessário redobrar os cuidados. A prefeitura de Porto Alegre é contra a novidade, determinada pelo governador Eduardo Leite (PSDB).
Confira a transmissão ao vivo na íntegra