Taxa de ocupação de UTIs em Porto Alegre atinge nível sem precedentes em 11 meses

Das 17 unidades, 12 tinham índice superior a 90%, na tarde deste domingo

Foto: Ricardo Giusti / CP

A taxa de ocupação de leitos de UTI atingiu 96,45%, na tarde deste domingo, em Porto Alegre. O nível é recorde desde o início dos efeitos da pandemia de coronavírus na cidade, em março do ano passado.

O número de pessoas internadas em estado grave com sintomas de Covid-19 chega a 439. Desse total, 340 pacientes com teste positivo recebem atendimento em UTIs e 42 seguem em leitos de emergência, aguardando remoção, em função do agravamento do quadro de saúde. Já em UTIs, outras 57 pessoas dependem de exames para confirmar o diagnóstico de Covid, embora tenham sintomas da doença.

Em seis das 17 unidades de terapia intensiva da capital, não há mais vaga disponível. É o que ocorre nos hospitais Moinhos de Vento, Santa Casa, São Lucas, Independência, Fêmina e Restinga. A taxa de ocupação varia entre 92,5% e 98,3% em outras seis UTIs: as do Clínicas, Conceição, Mãe de Deus, Ernesto Dornelles, Cristo Redentor e Vila Nova.

Dos 815 leitos, havia 762 ocupados, às 15h de hoje. Porto Alegre vivencia, com isso, “o momento mais preocupante de toda a pandemia”, considera o coordenador do Complexo de Regulação da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Jorge Osório. “Tivemos três subidas da demanda ao longo da pandemia, a primeira foi entre julho e agosto, depois entre o final de novembro e início de dezembro e agora registramos o terceiro aumento considerável. Cada subida dessas teve duração de cerca de três semanas e é o que se espera dessa demanda elevada, mas o que está assustando dessa vez é a velocidade desse aumento, o que é realmente inédito”, frisa.

Contribuiu para a sobrecarga da rede hospitalar, conforme Osório, o fato de que, no início de fevereiro, o sistema de saúde da capital já fazia um número maior de procedimentos eletivos (sem urgência) relacionados a uma demanda de saúde que ficou represada desde o ano passado.

“A partir deste momento estamos acionando todas as contingências dos hospitais, para que utilizem salas de recuperação, emergências… Toda a estrutura acaba tendo que entrar para o nosso arsenal de leitos da cidade para dar conta de toda essa demanda”, completa.

Com informações de Jessica Hübler/Correio do Povo