Rede estadual de SP retoma aulas em meio a greve de professores

Escolas estaduais receberão até 35% dos alunos. Governo diz que vai descontar faltas de grevistas e vai à Justiça contra paralisação

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Foto: Carlos Machado/Rádio Guaíba

As aulas presenciais nas escolas da rede estadual paulista começam nesta segunda-feira (8), em sistema de rodízio. Cada unidade poderá definir como vai realizar o rodízio e a presença dos estudantes será opcional. Mas o sindicato dos professores aprovou na sexta-feira (5) uma greve contra o retorno.

Segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), a decisão teve apoio de 81,8% dos professores.

Greve

A deputada estadual Professora Bebel (PT), presidente da Apeoesp, afirma que a atitude se trata de uma “greve sanitária em defesa da vida contra a volta às aulas presenciais”. A sindicalista afirma que, diferentemente de outras paralisações, desta vez o foco é a saúde, preservar vidas, tanto de professores quanto de alunos, funcionários e familiares.

O governo de São Paulo afirmou que tomará as medidas judiciais cabíveis contra a greve e que Faltas não justificadas serão descontadas. A secretaria disse ainda que “lamenta que o sindicato se paute por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o aprendizado dos alunos”. Para a Seduc, o sindicato não leva em conta os riscos à saúde emocional e mental das crianças e adolescentes, nem do atraso educacional.

Volta facultativa

O retorno na rede estadual, que ocorre nesta segunda, foi adiado em uma semana. Segundo o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, o adiamento foi definido para facilitar o planejamento das escolas. Rossieli também retirou a obrigatoriedade de os alunos frequentarem as aulas na escola. O retorno passou a ser facultativo nas fases laranja e vermelha.

Capacidade

As escolas paulistas em áreas na fase amarela do Plano São Paulo podem passar a ter 70% dos estudantes a cada dia, presencialmente.

A medida definida no plano de flexibilização da quarentena do governo estadual já vale nesta segunda nas particulares.

As estaduais, no entanto, só deverão receber até 35% dos alunos em fevereiro, sob argumento da necessidade de adaptação gradual. Em todos os casos não haverá obrigatoriedade de presença dos estudantes e os municípios ainda podem ser mais restritos – ou seja, definir porcentual menor.

Pandemia

A volta às aulas ocorre em meio à segunda onda da pandemia de covid-19 no Brasil. O Estado de São Paulo registrou na sexta-feira o total de 54.324 óbitos e 1.833.163 casos confirmados durante toda a pandemia.