Tragédia de Brumadinho: MG e Vale devem selar acordo bilionário hoje

Estado havia pedido R$ 54 bilhões pelos danos econômicos e sociais, mas valor não está fechado. Desastre matou 270 pessoas

Foto: Divulgação / Corpo de Bombeiros / Agência Brasil

O governo de Minas Gerais e a companhia Vale deverão assinar nesta quinta-feira (4) um acordo bilionário para compensar os danos econômicos e sociais provocados pelo rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Na tragédia em janeiro de 2019, 270 pessoas morreram – 11 delas ainda não tiveram os corpos recuperados pelos bombeiros.

As partes ainda não confirmam, oficialmente, a assinatura ou o valor do acordo. O governo de Minas Gerais pediu R$ 54 bilhões, e a Vale fez três contrapropostas. As duas primeiras, de R$ 16,5 bilhões e R$ 29 bilhões, foram negadas pelo Executivo estadual, que chegou a deixar a mesa de negociação após rejeitar a segunda proposta.

O procurador-Geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares, anunciou ontem a assinatura do acordo entre o Ministério Público, a Defensoria Pública de Minas Gerais e o governo estadual com a mineradora.

De acordo com Soares, o acordo será assinado nesta quinta-feira (4) e não incluem as ações penais. “Nesta quinta, assinaremos o bilionário acordo com a Vale em razão da tragédia de Brumadinho. O maior acordo da história se dá em 2 ações do MPMG e 1 do estado, e não incluem as ações penais, os danos desconhecidos e os direitos individuais. Respeito aos atingidos e ao povo de MG”, afirmou por meio da conta pessoal no Twitter.

O presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador Gilson Soares Lemes, confirmou ontem que havia um encontro marcado para hoje e disse existir “boa expectativa” para um acordo. Segundo Lemes, no entanto, o martelo ainda não está batido entre as partes.

Na última sexta-feira (29), o governo mineiro negou, em nota, que o acordo já estivesse fechado, embora a mineradora tivesse apresentado uma nova proposta. “As instituições que representam o Poder Público avaliam que há perspectiva de evolução nas negociações. Por isso, elas serão estendidas”, disse o Executivo.