A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou, nesta terça-feira, retardar “entre 21 e 28 dias” a administração da segunda dose da vacina contra Covid-19 da Pfizer/BioNTech, intervalo que, em casos excepcionais, pode chegar a 42 dias, a fim de aumentar o número de pessoas que podem receber a primeira dose.
As recomendações foram emitidas hoje pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas da OMS, presidido pelo mexicano Alejandro Cravioto e reunido cinco dias após a entidade autorizar o uso emergencial da vacina da Pfizer/BioNTech, a primeira que recebeu luz verde da agência na luta contra a pandemia.
Outro especialista do grupo, Joachim Hombach, apontou a possibilidade de aumentar o intervalo entre as doses para no máximo seis semanas — em países como o Reino Unido alguns médicos admitem estender esse período para doze semanas, dada a escassez inicial de doses.
Os 26 especialistas que discutiram as recomendações, reunidos virtualmente, também aconselharam administrar as vacinas apenas em instalações onde possíveis reações alérgicas a elas possam ser tratadas adequadamente.
Eles também observaram que, por enquanto, a vacinação não é recomendada a mulheres grávidas ou lactantes até que haja mais dados sobre os efeitos das vacinas sobre esse grupo.
Em relação às pessoas que já tiveram covid-19, o grupo de especialistas vinculado à OMS sugere que eles “atrasem a vacinação” para permitir que outras pessoas sejam imunizadas, já que os dados sugerem ser raras as reinfecções dentro de um espaço de seis meses.