O Ministério das Relações Exteriores informou, na noite desta segunda-feira, que as autoridades sanitárias de Brasil e Índia entraram em contato para viabilizar a importação da vacina desenvolvida pela parceria AstraZeneca/Universidade de Oxford, fabricada pelo Serum Institute of India (SII).
Segundo nota divulgada pelo Itamaraty, “como ocorreu em outras ocasiões, a Embaixada do Brasil em Nova Delhi está facilitando o diálogo entre as partes para a pronta conclusão das negociações”.
Diante de um bloqueio de exportações de vacinas do Serum Institute of India, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recorreu ao Ministério das Relações Exteriores para tentar garantir, ainda em janeiro, as primeiras doses da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia autorizado a importação emergencial de 2 milhões de doses do imunizante.
A expectativa é resolver o impasse por meio da diplomacia. Em abril, o presidente Jair Bolsonaro entrou em contato com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para garantir o acesso brasileiro a insumos farmacêuticos usados na produção da cloroquina.
Embora a tecnologia da vacina seja britânica, a AstraZeneca conta com fornecedores em vários países para garantir as encomendas – é o caso do Serum Institute of India, maior produtor de imunobiológicos do mundo. O complexo fabrica, inclusive, a vacina tríplice viral utilizada no Brasil.
O objetivo do governo indiano, segundo o diretor-executivo do Serum Institute of India, Adar Poonawalla, é garantir as primeiras 100 milhões de doses de produção local.
A importação da unidade da Índia era, até então, a saída encontrada pela Fiocruz para antecipar o início da vacinação no Brasil, embora ainda não haja nem mesmo um pedido de autorização de uso emergencial do imunizante — o que pode ocorrer nesta semana.