Fiocruz recorre ao Itamaraty para importar vacinas da Índia

Governo indiano proibiu exportações de doses da vacina de Oxford, com as quais o Brasil pretendia iniciar vacinação, ainda em janeiro

Foto: John Cairns/University of Oxford

Diante de um bloqueio de exportações de vacinas do Serum Institute of India, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recorreu ao Ministério das Relações Exteriores para tentar garantir as primeiras doses da vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia autorizado a importação emergencial de 2 milhões de doses do imunizante a fim de começar a vacinar os grupos de risco ainda em janeiro.

A expectativa é resolver o impasse por meio da diplomacia. Em abril, o presidente Jair Bolsonaro entrou em contato com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo o acesso do Brasil a insumos farmacêuticos usados na produção da cloroquina.

O Serum Institute of India é o maior produtor mundial de vacinas e fornecedor da AstraZeneca da vacina contra a Covid-19. O objetivo do governo indiano, segundo o diretor-executivo do Serum, Adar Poonawalla, é garantir as primeiras 100 milhões de doses de produção local.

A Fiocruz viu, na importação de doses da unidade da Índia, uma alternativa para antecipar o início da vacinação no Brasil, embora ainda não haja nem mesmo um pedido de autorização de uso emergencial do imunizante — o que pode ocorrer nesta semana.

O R7 procurou a assessoria de imprensa do governo indiano, o Itamaraty e a AstraZeneca, mas nenhum deles havia se manifestado até a publicação desta reportagem.