Primeiro país a aprovar o uso emergencial da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer, o Reino Unido deu início à sua campanha de imunização nesta terça-feira (8). Quarenta milhões de doses estão disponíveis – e, como cada pessoa precisa de duas, 20 milhões de britânicos serão contemplados.
Nessa primeira fase, a vacina está disponível para funcionários da saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia, idosos com mais de 80 anos e pessoas que frequentam casas de repouso – sejam elas moradoras, ou funcionárias. O controle da vacinação é feito a partir de um cartão, distribuído para quem foi imunizado.
A primeira dose foi aplicada em uma senhora de 90 anos, chamada Margaret Keenan, em um hospital localizado a 173km de Londres. O segundo paciente gerou ainda mais curiosidade: trata-se de um homem, de 80 anos, chamado William Shakespeare – mesmo nome do dramaturgo britânico, tido como um dos mais influentes da história.
Segundo a rede BBC, ambos voltarão ao hospital em 21 dias para a segunda aplicação. A rainha Elizabeth II e o príncipe Phillip, que tem 94 e 100 anos, respectivamente, não vão furar a fila mas devem receber a dose nos próximos dias, já que fazem parte do grupo prioritário.
Já a imunização dos moradores do Reino Unido que tem entre 50 e 80 anos, além dos adultos com alguma doença pré-existente, deve ficar para o ano que vem.
Eficácia de 95%
Os resultados obtidos na fase 3 do estudo clínico da vacina Pfizer/BioNTech apontam que a fórmula tem 95% de eficácia contra a Covid-19 – índice considerado extraordinário, já que qualquer resultado acima dos 50% já é tido como satisfatório. Até o momento, nenhum dos voluntários apresentou efeitos colaterais graves.
As doses, desenvolvidas a partir de uma lógica inovadora, com o uso de RNA mensageiro para levar partes do código genético do novo coronavírus ao organismo, precisam ser armazenadas a uma temperatura de 70 graus negativos. Essa é a principal dificuldade para que a vacina seja usada em países menos desenvolvidos.
A Pfizer realiza testes no Brasil, mas ainda não há um acordo para que o Governo Federal adquira o imunizante. Na segunda-feira, o Ministério da Saúde informou que deve assinar, até o fim dessa semana, um protocolo de intenção para a compra de 70 milhões de doses – que poderiam ser usadas na proteção de 35 milhões de pessoas.