Após reunião, Anvisa libera testes com a CoronaVac

Órgão havia suspendido os estudos da vacina chinesa depois do relato de "um evento adverso grave"

Foto: Governo do Estado de São Paulo / Divulgação

Os testes com a CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, voltaram a ser liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A decisão partiu do corpo técnico do órgão, que reuniu na manhã desta quarta-feira (11) em Brasília.

Em nota, a Anvisa informou que a suspensão, anunciada na última segunda-feira, teve caráter técnico e que “foram considerados os dados que eram de conhecimento da Agência até aquele momento e os preceitos científicos e legais, especialmente o princípio da precaução que prevê a prudência”.

Após a análise dos dados apresentados, o órgão admitiu que existem subsídios suficientes para que o estudo seja retomado, mesmo após a morte de um dos voluntários. A Anvisa ressalta, ainda, que segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre a situação e a vacina.

Repercussão

O congelamento da pesquisa foi alvo uma manifestação do presidente Jair Bolsonaro em uma rede social, na qual ele escreveu que “havia conseguido mais uma vitória sobre João Doria, governador de São Paulo”. A postura do político causou uma série de reações negativas, e a Anvisa também passou a receber diversas críticas.

O governo de São Paulo e o Instituto Butantan, que desenvolve a CoronaVac no país, afirmaram que o “evento adverso grave” nada tem a ver com a vacina. Mais tarde, a TV Cultura divulgou a informação de que um voluntário que recebeu a dose da CoronaVac havia se suicidado no final de outubro.

Até o momento não se sabe se este voluntário recebeu a vacina de fato ou se um placebo. Por conta de toda essa polêmica, diretores da Anvisa e do Butantan foram convocados a dar explicações a uma comissão do Congresso. O Supremo Tribunal Federal (STF) deu 48 horas para o órgão esclarecer os motivos para a interrupção dos testes no país.