Foram animadores os resultados preliminares dos testes da vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, realizados no Hospital São Lucas (HSL) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). Até a tarde desta quarta-feira, 505 voluntários já haviam recebido aplicações do imunizante, sendo que 170 já receberam a segunda dose.
O coordenador do estudo e chefe do Serviço de Infectologia do HSL, Fabiano Ramos, afirmou que a equipe não observou, até o momento, “efeitos adversos importantes”. “São efeitos muito parecidos com os que a vacina da gripe pode causar, como dor no braço, no corpo ou dor de cabeça e eventualmente febre”, detalhou.
Conforme Ramos, os efeitos são “leves e esperados” e, até o momento, não houve efeito adverso grave em nenhum dos participantes. A expectativa da equipe do HSL é finalizar as aplicações da vacina em 852 voluntários até a metade do mês de outubro. “Estamos fazendo um grande esforço para incluir todas essas pessoas o mais rápido possível”, reforça. Além disso, Ramos reitera que todos os participantes da testagem são profissionais da área da saúde.
“Dos 12 centros de testes, temos a informação de que somos um dos que mais conseguiu incluir pacientes até o momento, frisa, sem garantir uma ampliação do total de voluntários, neste momento. Depois da aplicação da vacina, Ramos explica que todos os voluntários continuarão sendo acompanhados pela equipe da pesquisa por pelo menos um ano, para que seja possível monitorar os efeitos a longo prazo.
“Depois que for finalizada essa parte do estudo, é provável que os dados de todo o Brasil sejam avaliados e a gente espera que se confirmem os resultados iniciais, mostrando a segurança e a eficácia. Então, em breve, a vacina deve estar disponível para a população”, assinalou. Segundo Ramos, a ideia do Instituto Butantan é já disponibilizar entre 45 a 60 milhões de doses até dezembro. “Temos a informação de que na China já está sendo aplicada. Boas notícias a gente vem tendo todo dia a partir dos resultados positivos, estamos bastante otimistas”, definiu.
Segunda dose
Com base na pesquisa que vem sendo realizada, Ramos ainda ressaltou que, provavelmente, a vacina deve ser aplicada também em duas doses quando for disponibilizada à população em geral. “É uma característica da própria vacina, mas claro que tudo isso está sendo avaliado. Estudos iniciais apontaram que deve ser feita uma dose adicional dentro do intervalo de 14 dias”, detalhou.