“Existe confiança do presidente em mim”, declara Guedes ao negar saída

Pronunciamento do ministro ocorreu um dia após surgirem rumores sobre a eventual saída dele do governo, o que instabilizou o mercado

Foto: Isac Nóbrega/PR/Divulgação

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira que a confiança entre ele e o presidente Jair Bolsonaro é recíproca, mas admitiu que o posto que exerce é difícil. “Existe muita confiança do presidente em mim. E existe muita confiança minha no presidente”, disse ele na portaria do Ministério da Economia, ao ser questionado sobre a permanência no governo. As informações foram publicadas pela Agência Reuters.

“Eu não tive, ainda, nenhum ato que me indicasse, que me sugerisse, que eu não devesse confiar no presidente, e eu acho, da mesma forma, que eu não faltei em nenhum momento a confiança que ele depositou em mim”, acrescentou.

Perguntado se se sentia à vontade no cargo, o ministro então sinalizou que o sentimento era diferente. “À vontade, neste cargo, eu acho difícil você encontrar alguém que vai estar sempre à vontade. É um cargo difícil”, afirmou.

O pronunciamento do ministro aos jornalistas ocorreu um dia após surgirem rumores sobre a eventual saída dele do governo, o que instabilizou o mercado, guiando uma alta do dólar frente ao real e uma queda do Ibovespa para abaixo dos 100 mil pontos, nesta segunda-feira.

As especulações ganharam força após a saída de secretários importantes da equipe do ministro e conforme crescem as pressões políticas por mais gastos públicos e também em meio às viagens de Bolsonaro pelo Nordeste, encaradas como parte de uma pré-campanha à reeleição.

Nesta noite, Guedes adotou um tom mais conciliador ao classificar diversas vezes como “natural” que alguns ministros e até mesmo o presidente queiram fazer obras públicas, mas ponderou que o papel dele é alertar sobre as limitações colocadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Na semana passada, o ministro havia sido mais incisivo ao pontuar que se dispunha a “brigar” com ministros “fura-teto” e que era necessário acomodar as despesas dentro do Orçamento para o governo não incorrer em risco de impeachment como o que levou à queda da ex-presidente Dilma Rousseff.