Em um dia de turbulências no mercado financeiro, o dólar encostou em R$ 5,50 e fechou no maior valor em quase três meses. O dólar comercial encerrou a segunda-feira vendido a R$ 5,496, com alta de R$ 0,068 (+1,26%). A cotação atinge, com isso, o maior nível desde 22 de maio, quando tinha fechado em R$ 5,574.
A moeda norte-americana abriu o dia próximo da estabilidade, mas passou a subir durante a manhã, depois do anúncio de que o subsecretário de Política Macroeconômica do Ministério da Economia, Vladimir Kuhl Teles, deixou o cargo. A renúncia se soma a baixas recentes, com a saída de dois secretários especiais da pasta.
Na máxima do dia, por volta das 15h40min, o dólar chegou a atingir R$ 5,51. A divisa acumula alta de 5,3% em agosto e de 36,96% em 2020. Nesta segunda, o Banco Central leiloou US$ 600 milhões em novos contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.
O desempenho do real contrastou com o da moeda de outros países. No exterior, o dólar caiu por causa do congelamento das negociações em torno de um novo pacote de estímulos para a economia norte-americana. O Senado e a Câmara dos Estados Unidos entraram em recesso. Os parlamentares só devem voltar a se reunir em setembro.
Bolsa
A instabilidade também atingiu no mercado de ações. O Ibovespa, principal índice da B3 (a bolsa de valores brasileira), perdeu os 100 mil pontos e fechou esta segunda aos 99.595 pontos, com recuo de 1,73%. O indicador ficou, com isso, no menor nível desde 13 de julho.
A bolsa brasileira também destoou do mercado internacional. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones, da bolsa de Nova York, teve pequena queda de 0,31%, mas os outros dois índices subiram. O S&P fechou com alta de 0,27% e aproximou-se do recorde. O índice Nasdaq, das empresas de tecnologia, subiu 1% e fechou no melhor nível da história.