Flávio Bolsonaro nega, em depoimento, ter sido avisado sobre operação Furna da Onça

Senador falou na condição de testemunha, no gabinete dele, em Brasília

Foto: Tânia Rêgo / Arquivo / Agência Brasil

Em depoimento ao Ministério Público Federal, nesta segunda-feira, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) negou ter recebido informações privilegiadas sobre a Operação Furna da Onça, que revelou movimentações financeiras atípicas nas contas do ex-assessor Fabrício Queiroz e o arrastou para o centro de uma investigação criminal sobre desvios de salários de funcionários na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Flávio prestou depoimento na condição de testemunha, em gabinete, em Brasília, para o procurador Eduardo Santos de Oliveira Benones, responsável pela investigação aberta para apurar declarações feitas pelo ex-aliado do governo, o empresário e pré-candidato à prefeitura do Rio, Paulo Marinho (PSDB). De acordo com ele, o filho mais velho do presidente foi previamente avisado da operação.

O procurador disse que Flávio confirmou participação em uma reunião com advogados e Marinho, mas negou ter falado em uma suposta informação privilegiada. Segundo Benones, o encontro foi foco do interrogatório, uma vez que o empresário disse ter ouvido do próprio senador, na ocasião, que ele havia recebido um alerta sobre a investigação.

O procurador informou que agora vai ouvir agentes da PF responsáveis pelas diligências. “A gente vai ouvir principalmente as pessoas que participaram da operação, que tiveram acesso aos autos, entre policiais federais, agentes e delegados. É o nosso próximo passo”, adiantou.

Após o interrogatório, a advogada de Flávio, Luciana Pires, também negou o suposto vazamento. “Nunca chegou ao conhecimento do senador nenhuma informação sobre a Furna da Onça. Ele explicou ao procurador da República inclusive que ele apoiava o deputado André Corrêa, na época, à presidência da Assembleia Legislativa”, afirmou.

Luciana disse ainda que o encontro em que Paulo Marinho alega ter ouvido sobre o vazamento foi organizado para tratar da escolha de um advogado para defender Flávio já depois da revelação das transações suspeitas de Queiroz.

A advogada classificou a acusação de Paulo Marinho como ‘invenção espetaculosa’ e disse que o empresário está tentando se promover. “Provavelmente quer a suplência ou obter votos, que ele é pré-candidato à Prefeitura da cidade do Rio”, disparou.