Mesmo com retomada, retração da economia pode ser de 10% no RS

Estudo é assinado por professor de Economia da UFPel junto ao Comitê de Dados montado pelo governo gaúcho no monitoramento da crise

Um estudo realizado pelo Comitê de Dados do Governo do Estado no combate à pandemia de Covid-19 projeta os impactos econômicos da crise no Rio Grande do Sul. A previsão do Produto Interno Bruto (PIB) levou em consideração informações variadas. Entre elas estão a arrecadação de impostos, o consumo de energia, a circulação de veículos e o resultado de determinados setores da economia gaúcha.

Consequências da disseminação do novo coronavírus também foram observadas, como a necessidade do isolamento social. Se o Rio Grande do Sul conseguir superar as dificuldades relacionadas à doença, o baque no PIB seria de 10%. Se continuar no mesmo ritmo observado em julho, a queda pode chegar a 14%. Por fim, se os números da Covid-19 piorarem, obrigando a tomada de decisões mais rígidas, a retração pode chegar a 16%.

Pesquisador analisa cenário da economia

Um dos responsáveis pelo estudo foi o professor de Economia da Universidade Federal de Pelotas, Régis Augusto Ely. O pesquisador explica que o modelo coloca o índice de isolamento como uma espécie de variável para a projeção do PIB. “Esse indicador atua como sensibilidade da taxa de recuperação da economia”, pontua.

Diante do quadro, o professor Régis Augusto Ely vislumbra apenas para 2021 o início de um ciclo de retomada. “Nesse cenário base, o ciclo de recuperação da economia teria sua maior força, principalmente, a partir do primeiro semestre de 2021. Nós observamos uma recuperação no quarto trimestre [de 2020], mas ela não é tão forte quanto ocorreria a partir do primeiro semestre”, completou o estudioso.

O estudo pontua que o ano de 2020 será pior do que 2015, quando o país viveu o pico de uma recessão. A íntegra da pesquisa pode ser conferida no site do Governo do Estado.