Trensurb vai aderir a decreto de suspensão de vale-transporte a partir de quinta-feira

Responsável pelos ônibus intermunicipais, Metroplan ainda não anunciou decisão

A Trensurb deve atender a determinação do decreto municipal 20.639, que estabelece, entre uma série de medidas, o bloqueio dos cartões de acesso aos ônibus, em Porto Alegre, para barrar a disseminação do novo coronavírus. O objetivo é reduzir a circulação de pessoas e atingir um índice mínimo de 55% de isolamento social na cidade.

A partir de quinta-feira, a empresa deve bloquear os cartões de vale-transporte TRI e SIM dos usuários que trabalhem em áreas não consideradas essenciais, que já tiveram o bloqueio do cartão anunciado para o transporte urbano de ônibus. Em nota, a Trensurb informou que vai tomar as providências necessárias para atender ao decreto “na medida do possível”.

Já a Metroplan, responsável pelos ônibus intermunicipais, informou que ainda não há uma decisão tomada em relação aos bloqueios do cartão TEU. Segundo o órgão, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) encaminhou um alerta de que vai colocar em prática a medida restritiva já na quinta-feira. A sugestão vai ser analisada pelo Comitê de Crise Estadual.

Pelo período de 15 dias, a partir de quinta, apenas funcionários de empresas com atividade considerada essencial poderão utilizar o vale-transporte TRI. O decreto 20.625 permite, ao todo, que 70 áreas possam continuar operando.

Conforme a Associação de Transportadores de Passageiros (ATP), a medida deve atingir 120 mil usuários, somente do cartão TRI.

Conforme o engenheiro de Transportes da ATP, Antônio Augusto Lovatto, para evitar contratempos, os bloqueios das empresas deverão constar nos dois sistemas de bilhetagem. “Por exemplo, uma pessoa que vem de Canos pelo sistema metropolitano ou de trem, chega a Porto Alegre e não vai ter como se deslocar. A solução é bloquear lá no início”, ressalta.

Segundo Lovatto, outro ponto que merece atenção é quanto ao cadastro dos usuários. Ele explica que alguns passageiros podem estar com o cadastro desatualizado por conta de mudanças de emprego. “O primeiro emprego de uma pessoa pode não ter sido em função considerada essencial. Muito usuário em serviço essencial vai ter cartão bloqueado”, frisa. O novo decreto também determina que os pagamentos em dinheiro serão aceitos em todos os horários, mas se o fluxo de passageiros não diminuir, a prefeitura pode suspender essa forma de pagamento.